Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsas em NY sobem com casas usadas e plano de US$ 500 bi para bancos

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As Bolsas americanas operam em alta nesta segunda-feira (23/03). Os investidores receberam com entusiasmo os detalhes sobre o programa do governo para tirar dos bancos os papéis "podres" (de alto risco de calote, como títulos lastreados em hipotecas e outros empréstimos) e tentar restaurar o fluxo de crédito no país. Além disso, a alta nas vendas de imóveis usados no país em fevereiro contribui para o bom humor nos mercados hoje. Às 11h28 (em Brasília), a Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) estava em alta de 3,53%, indo para 7.535,48 pontos no índice DJIA (Dow Jones Industrial Average), enquanto o S 500 subia 3,54%, indo para 795,77 pontos. A Bolsa Nasdaq operava em alta de 3,06%, indo para 1.501,85 pontos. A NAR (Associação Nacional de Corretores de Imóveis, na sigla em inglês) informou hoje que as vendas de imóveis residenciais usados nos EUA cresceu 5,1%, para uma taxa anualizada de 4,72 milhões de unidades, contra uma expectativa de queda por parte dos analistas. O mercado imobiliário americano já havia recebido uma boa notícia na semana passada, quando o Departamento do Comércio informou que o número de construções de casas nos Estados Unidos registrou avanço de 22,2% em fevereiro, chegando a uma taxa anualizada de 583 mil unidades Já o Departamento do Tesouro apresentou hoje o plano público-privado para retirar dos balanços dos bancos papéis "podres". O governo prevê que, dessa forma, sejam mobilizados ao menos US$ 500 bilhões para compras de títulos desse tipo. Os US$ 100 bilhões iniciais que o governo pretende utilizar no chamado "Programa de Investimentos Público-Privados" sairão do Tarp (Programa de Alívio de Ativos Problemáticos, na sigla em inglês), programa aprovado em outubro do ano passado, na gestão do presidente George W. Bush, além de recursos de investidores privados. O programa pode chegar a US$ 1 trilhão. Sobre a precificação dos papéis, o governo vai realizar leilões entre os bancos que estão vendendo esses ativos e os investidores interessados, na expectativa de criar um fluxo de mercado. Só após uma avaliação da eficácia do programa é que o governo vai considerar empregar mais dinheiro. Os investidores aguardavam um detalhamento do programa desde que o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, o lançou em fevereiro. Um dos problemas para dar início ao programa era a incerteza sobre o preço desses papéis. Agora, a principal dúvida a respeito da medida é se ela vai conseguir de fato incentivar os bancos e os investidores privados a participarem.