A Bolsa de Nova York terminou em queda nesta sexta-feira (20/03), com os investidores em busca de ganhos, sobretudo em relação aos papéis financeiros.
A Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, na sigla em inglês) fechou em retração de 1,65%, aos 7.278,38 pontos no índice Dow Jones Industrial Average (DIJA), enquanto o S 500 caiu 1,98%, indo para 768,54 pontos.
A Bolsa Nasdaq recuou 1,77%, indo para 1.457,27 pontos. Assim como na quinta-feira, os índices nova-iorquinos começaram vacilantes até começarem a cair, em um volume de operações marcado pelo vencimento de opções. Os investidores também optaram por colecionar ganhos, visto que o DJIA avançou 14% em sete sessões.
"Ganhamos cerca de 15% em relação aos níveis mais baixos do começo de março, em consequência, alguns investidores capitalizaram lucros", disse Anthony Conroy, operador da BNY ConvergEx Group.
"O Dow Jones ganhou cerca de 1.000 pontos em sete sessões. Não era de surpreender que ocorresse realização de lucro antes do fim de semana", disse Mace Blicksilver, diretor da administração de ativos Marblehead Asset Management.
Os valores bancários, que tinham subido fortemente nas últimas duas semanas, foram os mais afetados: Bank of America caiu 10,68%, JPMorgan Chase, 7,21%, e American Express, 6,20%.
"Há temores sobre o que ocorre no Congresso (dos EUA)", acrescentou Blicksilver.
Bônus
A Câmara dos Representantes prepara um projeto de lei para proibir as empresas que receberam fundos públicos, que paguem bônus para seus executivos "não baseado na performance". Na quinta-feira, foi aprovado um projeto para taxar em 90% os pagamentos de bônus feitos por empresas que receberam ajuda do governo para se manter em pé em meio à crise.
A nova medida veio após a polêmica causada pelo anúncio feito nesta semana pela seguradora American International Group (AIG), do pagamento de US$ 165 milhões em bônus a seus executivos - mesmo com prejuízos de US$ 61,7 bilhões no quarto trimestre e de US$ 99,289 bilhões em 2008 como um todo (ambos recorde) e de ter recebido US$ 150 bilhões em ajuda do governo, além de outros US$ 30 bilhões anunciados no último dia 2 (mesmo em que foram apresentados os prejuízos).
Com a agenda esvaziada de indicadores econômicos e anúncios relevantes de empresas, o mercado concentrou as atenções nas declarações do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Ben Bernanke, que disse prever uma conjuntura muito mais "clara" daqui a três anos.
"Acho que é seguro dizer que poucos de nós poderiam ter visto, três anos atrás, o ambiente econômico e financeiro que agora enfrentamos. Prever as condições que que iremos enfrentar em três anos a partir de hoje é igualmente difícil, mas minha expectativa é de que as condições estarão significativamente mais claras", disse, em discurso na convenção da ICBA (Comunidade Independente de Banqueiros dos EUA, na sigla em inglês), em Phoenix (Arizona).