Jornal Correio Braziliense

Economia

BNDES poderá receber mais US$ 3 bilhões do BID

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pretende receber US$ 1 bilhão por ano, nos próximos três anos, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O montante fará parte de uma programação de US$ 3 bilhões anuais do BID para o Brasil, sendo que US$ 1 bilhão será destinado ao BNDES, com o objetivo de ajudar as médias, pequenas e microempresas. Outra parcela de US$ 1 bilhão será para projetos de infraestrutura e a terceira parcela de cada ano será investida para a melhoria de vida das cidades brasileiras. Hoje, o banco de fomento brasileiro concluiu um programa de outros US$ 3 bilhões, com a assinatura de contrato para receber a terceira parcela de US$ 1 bilhão para o financiamento de crédito produtivo de longo prazo para médias, pequenas e microempresas. Ao longo de 2008, o BNDES desembolsou R$ 9 bilhões para as empresas menores, que têm dificuldade maior durante a crise para conseguir crédito no setor privado. A expectativa do presidente do banco, Luciano Coutinho, é de que este montante seja ampliado em ao menos 10% este ano, com a ajuda do BID. "Considerando o fato de que o valor médio do empréstimo (para cada empresa) é muito pequeno, isso significa um número muito grande de empresas que tem acesso a esses recursos, em um momento em que a escassez do crédito tem afetado de maneira mais aguda as micro e pequenas empresas", disse Coutinho. Convênio Para ele, trata-se de uma linha estrutural e conjunturalmente importante neste momento de crise. Segundo o representante do BID no Brasil, Jose Luis Lupo, o segundo convênio que a instituição multilateral poderá assinar com o banco de fomento prevê três operações, de US$ 2 bilhões cada, sendo US$ 1 bilhão proveniente do BID, e o outro do BNDES. A expectativa é de que seja assinado ainda este ano o novo convênio, com provável liberação dos recursos para 2010, apesar da demonstração de Coutinho de que o ideal seria receber o montante ainda em 2009. Coutinho, em discurso afinado com o governo, voltou a falar do papel anticíclico que o BNDES tem durante a crise financeira, já que um dos fatores considerados mais críticos é a queda do crédito privado. "Um dos fatores mais críticos, além da queda do comércio internacional, da queda das commodities, o que está agravando a recessão nas economias em desenvolvimento é a contração do crédito privado, tanto dos grandes bancos internacionais, que emprestavam para os bancos locais, quanto dos ingressos de capitais para projetos nos países em desenvolvimento", disse.