A desaceleração da economia brasileira, e seus impactos sobre o consumo e a produção, criaram um "espaço adicional" para a redução da taxa básica de juros no Brasil.
Essa é a avaliação do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que divulgou nesta quinta-feira (19/03) a ata da reunião da semana passada, quando a taxa Selic foi reduzida de 12,75% ao ano para 11,25% ao ano.
De acordo com o BC, o desaquecimento da demanda dos consumidores criou uma "importante margem de ociosidade" nas empresas, o que "deve contribuir para conter as pressões inflacionárias" e abrir "espaço para flexibilização da política monetária".
Contribuiu também para a queda dos juros o fato de as projeções de inflação feitas pelo BC terem caído em relação àquelas feitas na reunião de janeiro. Agora, todas elas se encontram abaixo da meta de 4,5%, tanto para 2009 como para 2010.
Apesar da alta da inflação registrada em fevereiro em relação a janeiro, apontada por alguns indicadores já divulgados, o BC afirmou que os dados de março devem mostrar nova desaceleração nos preços.
Por isso, apesar de seguir "cauteloso", o Copom avalia que o ciclo de alta da inflação registrado entre 2007 e 2008 será superado, apesar de uma resistência maior dos preços administrados, como aluguéis e tarifas.
"O conjunto das informações disponíveis sugere que o ciclo inflacionário observado nos últimos trimestres tende a ser superado, gradativamente, em processo que deve ser liderado pelo comportamento dos preços livres, uma vez que a inflação dos preços administrados deve mostrar maior persistência."