Após operar em baixa na maior parte do pregão de hoje, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve uma brusca inversão de tendência logo depois da decisão do Federal Reserve (Fed,banco central dos EUA). Houve surpresa no mercado com o total da injeção de recursos no sistema financeiro pela autoridade monetária americana. O câmbio desceu para R$ 2,25.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, avançou 1,60% no fechamento e atingiu 40.142 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,58 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em alta de 1,23%.
O dólar comercial foi vendido por R$ 2,251, o que significa um decréscimo de 1,48% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 439 pontos, número 2,81% acima da pontuação anterior.
Notícias do dia
Entre as principais notícias do dia, o Federal Reserve manteve os juros básicos dos EUA na faixa de zero a 0,25% ao ano, conforme o esperado por boa parte dos economistas do setor financeiro. Também anunciou uma oferta de recursos superior a US$ 1 trilhão para o sistema financeiro, uma operação esperada com ansiedade pelos agentes financeiros.
"Não havia mais o que mexer nos juros e a grande expectativa era sobre o que o "Fed´ poderia fazer em termos de política monetária, com uma possível injeção de recursos. O que foi anunciado, me parece, foi bem melhor do que muitos esperavam, pelo menos não na quantidade e no apetite que ele mostrou", comentou Reginaldo Galhardo, diretor da corretora de câmbio Treviso.
O Departamento do Trabalho dos EUA informou que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) teve alta de 0,4% em fevereiro, maior avanço desde julho do ano passado. O núcleo do índice (que exclui preços mais voláteis) teve variação de 0,2%.
O setor imobiliário continua fornecendo sinais de recuperação, ainda que incipiente: a Associação de Bancos de Hipoteca (MBA, na sigla em inglês) informou que a demanda por contratos hipotecários aumentou 21,2% na comparação com o período imediatamente anterior. Ontem, o mercado já comemorou o incremento de 22,2% na construção de casas no mês passado.
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, afirmou haver consenso de uma possível recuperação da economia global já em 2010, "se a confiança voltar aos mercados e à economia".
Ainda na Europa, a Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês) revelou que o número de desempregados no Reino Unido atingiu a casa dos dois milhões, pela primeira vez em 12 anos. No front doméstico, o Ministério do Trabalho comunicou que houve a criação de 9.179 vagas com carteira assinada em fevereiro, após três meses de resultados negativos devido à crise econômica. A BM-Bovespa comunicou que teve lucro de R$ 909,6 milhões no ano passado, número 20,3% acima do registrado em 2007. No quarto trimestre, o resultado foi de R$ 202 milhões, número 8,8% abaixo do registrado no mesmo período do exercício anterior.