Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsas em NY caem à espera de reunião do Federal Reserve

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As Bolsas americanas operam em baixa nesta quarta-feira (18/03), após o fechamento positivo de ontem. Os investidores aguardam o fim da reunião do Federal Reserve (Fed, o BC americano), iniciada ontem; a previsão é de que o banco mantenha o atual patamar dos juros - em uma margem de zero a 0,25% -, mas a expectativa maior é pelo comunicado divulgado após o anúncio, a fim de analisar qual a avaliação o Fed fará da economia. Às 12h (em Brasília), a Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) estava em baixa de 1,07%, indo para 7.316,37 pontos no índice Dow Jones Industrial Average (DJIA), enquanto o S 500, também da Nyse, estava em baixa de 0,76%, indo para 772,17 pontos. A Bolsa Nasdaq operava em baixa de 0,22%, indo para 1.458,85 pontos. Analistas ouvidos pela agência de notícias Associated Press (AP) esperam que o comunicado seja recebido com relativo bom humor pelos investidores, diante de todas as medidas que o governo já tomou para tentar retomar o crescimento econômico. Também foi bem recebida - ainda que não com otimismo suficiente para impulsionar os indicadores - a notícia de que a IBM planeja comprar a Sun Microsystems por ao menos US$ 6,5 bilhões em dinheiro. Os indicadores econômicos divulgados hoje não chegaram a afetar a disposição dos investidores para os negócios. O Departamento do Trabalho informou que o CPI (Índice de Preços ao Consumidor, na sigla em inglês) nos EUA teve uma alta de 0,4% em fevereiro, maior avanço desde julho do ano passado. O núcleo da inflação (que exclui preços de alimentos e energia) teve alta de 0,2%, mesma variação verificada em janeiro e acima do 0,1% esperado pelos analistas. A MBA (Associação de Bancos de Hipoteca, na sigla em inglês), por sua vez, informou que as solicitações de contratos de hipoteca nos EUA tiveram na semana encerrada no último dia 13 um aumento de 21,2% na comparação com o período imediatamente anterior, devido a um aumento nos pedidos de refinanciamento. Na comparação com a mesma semana de 2008, o número de pedidos teve um aumento de 31,2%. AIG As ações da seguradora AIG (American International Group) subiam 27%. Hoje o executivo-chefe da empresa, Edward Liddy, comparecerá perante a Comissão de Serviços Financeiros da Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados) dos Estados Unidos para explicar o pagamento de US$ 165 milhões em bônus a executivos, mesmo depois de a empresa ter registrado prejuízos históricos e já ter recebido bilhões de dólares em ajuda do governo. Liddy disse, em testemunho divulgado hoje antes da apresentação no Congresso, que, "devido a certas obrigações legais", a empresa fez recentemente pagamentos de compensações que ele considerou "desagradáveis". "Erros foram cometidos na AIG em uma escala que poucos poderiam ter imaginado ser possível", diz Liddy no texto. "O mais crítico desses erros foi que a empresa se desviou de suas competências centrais no negócio de seguros. Isso foi visto na criação do que veio a se tornar um 'hedge fund' [categoria de investimentos mais arriscados] interno, que então se tornou substancialmente exposto aos riscos de mercado." Ontem, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, disse que instruiu várias comissões com jurisdição em assuntos financeiros a apresentarem esta semana um projeto de lei que permita a recuperação do dinheiro que empresas como a AIG "esbanjaram". O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, disse por sua vez que a AIG será forçada a devolver o dinheiro pago em bônus a seus executivos e que o governo vai deduzir dos US$ 30 bilhões em ajuda que ainda vai destinar à seguradora a mesma quantia relativa aos bônus. A seguradora - que teve um prejuízo de US$ 61,7 bilhões no quarto trimestre, o maior já registrado por uma empresa americana - já havia recebido US$ 150 bilhões do governo quando foi anunciado um novo pacote de ajuda, no valor de US$ 30 bilhões no último dia 2. O prejuízo da empresa foi apresentado no mesmo dia. No ano passado como um todo, a AIG anunciou uma perda, também recorde, de US$ 99,289 bilhões.