Os brasilienses vão ter de preparar o bolso para o próximo mês. Alguns produtos e serviços estão com a data certa para subirem de preço. O último anúncio veio da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), que vai reajustar as contas de água em 6,29% e não mais 3,09% como definido em fevereiro. A mudança no patamar de reajuste foi autorizada pela Agência Reguladora de Ãgua, Energia e Saneamento Básico (Adasa). Além dessa tarifa, outras despesas vão ficar mais salgadas em abril: roupas e calçados, medicamentos e o gás de cozinha.
A novidade do reajuste na água vai onerar muitos consumidores. No Bloco K da SQN 209, a tarifa mais alta vai pesar no bolso dos moradores. São cerca de 192 pessoas vivendo em 48 apartamentos. A conta de água e esgoto gira em torno de R$ 9 mil e R$ 10 mil mensais. O Correio teve acesso à conta de novembro do ano passado desse condomÃnio. Se aplicado o percentual de 6,29% anunciado pela Adasa, o valor de R$ 9.803,96 passa a R$ 10.416,08, desde que seja mantido o mesmo consumo daquele mês.
O sÃndico do prédio, José Rodrigues, se preocupa com o reajuste. Segundo ele, a conta de água representa 30% dos gastos do edifÃcio e perde apenas para as despesas com a empresa que presta serviço de limpeza e portaria. Hoje, os moradores pagam R$ 590 de condomÃnio. O valor, de acordo com Rodrigues, não pode ser aumentado até o meio do ano, quando nova reunião será feita para avaliar despesas e receitas e, então, decidir como ficará a mensalidade. ;Por enquanto, essa despesa a mais pode ser absorvida, mais à frente teremos de aumentar pelo menos um pouco o condomÃnio;, avalia Rodrigues.
Na última semana de fevereiro, a Adasa havia autorizado o reajuste de 3,09% na conta de água. O percentual seria aplicado já em 1º de março. No entanto, a Caesb decidiu tentar convencer a agência de que precisava de um aumento maior para manter seus investimentos neste ano. O choro deu certo e a conta passou a subir 6,29%, ainda abaixo dos 8,11% solicitados pela concessionária para ;manter o equilÃbrio econômico-financeiro da empresa;, mas acima da inflação medida pelo Ãndice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) que, em 12 meses, acumula 5,90%.
De acordo com Paulo César Montenegro, diretor da Adasa, a mudança no percentual foi decidida após estudo dos custos da Caesb com o serviço de tratamento e distribuição de água além da coleta e tratamento do esgoto.
» Ãudio: ouça entrevista Paulo César Montenegro sobre o reajuste da água