A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo integrado pelas 30 nações mais industrializadas do mundo, afirmou nesta terça-feira (17/03) que a redução das barreiras para negociação de produtos agrícolas e um apoio determinado ao setor são essenciais para assegurar o abastecimento de alimentos dos países emergentes.
Em relatório divulgado nesta terça-feira, a OCDE analisa as medidas de sete países emergentes entre 2006 e 2008 para "atenuar a carga dos consumidores e assegurar a oferta de produtos alimentícios", em um entorno de instabilidade de preços.
As ajudas públicas ao setor nessas economias emergentes foram inferiores a 26% de média, com destaque para os seguintes membros da OCDE: Chile (4%); Brasil e África do Sul (6%), China e Ucrânia (9%), e Rússia (14%). As autoridades indianas não forneceram seus dados.
Entre 1997 e 2007, estes seis países registraram diferentes evoluções, já que Chile, China e África do Sul aumentaram sua proteção, o Brasil a manteve, enquanto Rússia e Ucrânia reduziram as ajudas à agricultura, apesar de "sempre se caracterizarem por ter as taxas mais elevadas do grupo".
As iniciativas mais adotadas por estas economias no período estudado foram a redução ou a suspensão dos direitos de importação sobre os produtos alimentícios ou a imposição de barreiras à exportação.
No entanto, os autores do relatório reconheceram que estes obstáculos não favorecem a segurança alimentar, e prejudicam os agricultores nacionais, e por extensão os parceiros comerciais, que dependem das importações.
Recomentação
Para reforçar o setor agrícola no longo prazo, a OCDE recomendou reduzir medidas que criem distorções, e uma maior verba para "a provisão de bens públicos como pesquisas, infraestrutura, formação e comercialização".
Embora os autores da análise tenham avaliado o nível crescente de ajudas aos bens públicos nas sete economias analisadas, destacaram a necessidade de aumentar os investimentos dos governos nesse campo".