Jornal Correio Braziliense

Economia

Mantega espera que país tenha saldo positivo na criação de empregos neste ano

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, minimizou o efeito da queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,6%, no último trimestre de 2008, sobre a atividade econômica do país ao falar nesta segunda-feira (16/03) para empresários brasileiros e americanos reunidos em Nova York. "A queda do PIB no último trimestre de 2008 foi forte, mas havia crescimento positivo nos anteriores, enquanto outras economias já estavam desacelerando desde o início de 2008", disse Mantega, lembrando que Brasil e Chile foram os únicos emergentes que tiveram dois trimestres positivos no ano. Mantega também demonstrou estar esperançoso quanto ao número de empregos a serem gerados no ano. "O Brasil espera ter saldo positivo na geração de empregos em 2009. Claro que não criaremos um milhão e meio de empregos como em outros anos, mas abriremos vagas", disse ele. Também comemorou a possibilidade de tomar medidas ofensivas num momento em que, em outras crises, a prática era se defender. "Em outros momentos de crise, precisávamos subir juros para conter a saída de capitais, o que aumentava a dívida e baixava investimento e emprego. Hoje, não precisamos fazer isso. Estamos em condições de tomar medidas anticíclicas: baixar juros, aumentar crédito e baixar tributos e subir investimentos públicos". Antes de Mantega, o presidente do Banco Itaú, Roberto Setúbal, fez uma rápida apresentação. Disse que o setor sabe lidar com ambientes de alta volatilidade, o que fez com que ele tivesse os menores índices de alavancagem do planeta. "Somos parceiros nesse momento de crise, e parte da solução, não do problema. Mas a capacidade de expansão é limitada por causa dos altos compulsórios e juros. Ainda há espaço", disse Setúbal.