A inadimplência dos consumidores aumentou 8,6% nos dois primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo pesquisa da Serasa Experian divulgada nesta quinta-feira (12/03). Em fevereiro, houve recuo de 8,9% em relação ao mês anterior e alta de 4,5% ante igual mês de 2008 na inadimplência das pessoas físicas.
Na avaliação dos técnicos da Serasa Experian, o aumento na inadimplência nos dois primeiros deste ano e em fevereiro deste ano contra o mesmo período em 2008 reflete a maior dificuldade da população em honrar seus compromissos, sobretudo os de prazos mais longos.
"Os efeitos da crise financeira internacional, no que diz respeito ao desemprego, têm sido determinante para a inadimplência do consumidor", afirmam.
Já a diminuição da inadimplência de fevereiro em relação a janeiro, segundo os técnicos, corresponde ao menor número de dias úteis no segundo mês do ano.
As dívidas com os bancos lideraram o ranking de representatividade da inadimplência no primeiro bimestre deste ano, com participação de 43,4% - no mesmo período de 2008, o peso foi de 42,8%. As dívidas com cartões de crédito e financeiras aparecem na sequência, com participação de 37% (contra 31,1% no primeiro bimestre de 2008), seguidas por cheques devolvidos, com 17,7% da inadimplência dos consumidores, abaixo dos 23,8% apurados nos dois primeiros meses do ano passado.
Os títulos protestados encerram o ranking, com uma participação no indicador de 1,9% no primeiro bimestre de 2009, também inferior aos 2,3% do ano passado.
O valor médio das dívidas com cartões de crédito e financeiras caiu 5,5% nos dois primeiros meses deste ano, para R$ 357,07, assim como o das dívidas com os bancos, que recuou 3%, para R$ 1.371,13 nos dois primeiros meses deste ano ante igual período de 2008.
Os títulos protestados, por sua vez, subiram 14,5% no acumulado de janeiro e fevereiro deste ano, para um valor médio de R$ 1.050,90, e os cheques devolvidos, 29,9%, para R$ 823,15.
Segundo a Serasa Experian, a falta de disciplina financeira de alguns consumidores, principalmente na utilização do cheque especial, também favorece o aumento da inadimplência, ao fazer pressão sobre o orçamento doméstico e facilitar o acúmulo de compromissos.