Jornal Correio Braziliense

Economia

Fusão entre laboratórios farmacêuticos pode resultar na demissão de 16 mil

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A fusão entre os laboratórios farmacêuticos Merck e Schering-Plough, anunciada nesta segunda-feira (9/03), pode resultar na demissão de 15% do quadro de funcionários para a formação da nova empresa, disse o executivo-chefe da Merck, Richard Clark. As duas empresas juntas têm no mundo todo 110.800 funcionários - 59.800 da Merck e 51 mil da Schering-Plough. Um corte de 15% desse quadro resultaria na demissão de 16.620 pessoas. Os conselhos de administração dos dois grupos farmacêuticos anunciaram hoje um acordo para a fusão de ambas, em uma transação avaliada em US$ 41,1 bilhões em dinheiro e ações. A nova empresa terá o nome de Merck quando a transação for completada. A fusão foi aprovada por unanimidade pelos conselhos de administração das duas empresas, segundo um comunicado conjunto. Em um comunicado conjunto, as duas empresas informaram que "a prioridade será manter os melhores talentos de ambas". "Reconhecendo que a combinação resultará em uma organização muito maior, a Merck espera que a maioria dos funcionários da Schering-Plough permanecerão na empresa combinada. Além disso, tanto a Merck como a Schering-Plough vão congelar suas contratações imediatamente", diz o documento. Na conclusão do negócio, os acionistas da Merck deverão ficar com uma participação de cerca de 68% na nova empresa. "Estamos criando uma empresa forte e global, com crescimento sustentável", disse o presidente e executivo-chefe da Merck, Richard Clark, que deverá ficar à frente do novo grupo. "A companhia combinada vai se beneficiar de um canal de pesquisa e desenvolvimento, de uma oferta significativamente mais ampla de medicamentos e de uma presença maior em mercados internacionais cruciais, principalmente em mercados emergentes de alto crescimento." A aprovação da fusão está sujeita à votação dos acionistas da Merck e da Schering-Plough e à avaliação das autoridades reguladoras. No início de fevereiro, a Merck informou que seu lucro líquido em 2008 duplicou, indo para US$ 7,8 bilhões. No quarto trimestre do ano passado, o grupo teve lucro líquido de US$ 1,64 bilhão, ante prejuízo de US$ 1,63 bilhão no mesmo período um ano antes. Em 2007, o lucro acumulado havia sido de US$ 3,27 bilhões. O anúncio chega pouco mais de um mês depois de o grupo farmacêutico americano Pfizer ter anunciado a assinatura de um contrato para compra do rival Wyeth por US$ 68 bilhões, criando assim uma companhia com faturamento previsto de US$ 75 bilhões (se concretizada, essa seria a a maior fusão desde a ocorrida no setor de telecomunicações, entre a AT