O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, disse nesta quinta-feira (5/03) que seria "razoável" a prorrogação por mais 90 dias da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para venda de automóveis, que foi adotada pelo governo em dezembro do ano passado. Pela medida em vigor, o desconto no imposto, que tem estimulado as vendas de carros, termina no dia 31 deste mês. Tendo em vista, porém, a recuperação das vendas do setor automotivo, já há pedidos no mercado para que o governo prorrogue o desconto.
Questionado se uma eventual prorrogação poderia vir acompanhada de um acordo para que as fábricas suspendessem as demissões, Monteiro Neto disse que "não gosta desse conceito". "O que sustenta o emprego é a demanda", disse.
Após sair do "Seminário Internacional sobre o Desenvolvimento", promovido esta manhã pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), Monteiro Neto defendeu também que o Comitê de Política Monetária (Copom) promova, na próxima semana, uma redução da taxa básica de juros, a Selic, de mais de um ponto porcentual. "Há espaço para reduzir mais de um ponto. Por que não? O Brasil está atrasado no processo de redução dos juros e quem está atrasado tem de andar mais depressa", disse o empresário.
A próxima reunião do Copom acontece na terça e quarta-feira da semana que vem (dias 10 e 11). No encontro anterior, em janeiro, o Comitê promoveu uma redução de um ponto porcentual na Selic, para os atuais 12,75% ao ano.