Jornal Correio Braziliense

Economia

Fornecedoras da Embraer querem ajuda do BNDES

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Representantes de fornecedores da Embraer em São José dos Campos (SP) irão nesta quinta-feira (5/03) ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio, em busca de um plano de salvamento para o setor. Segundo o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), a crise entre os fornecedores vem desde outubro passado e já resultou numa queda de produção aproximada de 35% entre as 40 empresas de aeropeças em atividade no município. Além disso, cerca de 20% da mão-de-obra já foi cortada, segundo o presidente do Ciesp, Almir Fernandes. O número ainda deve crescer porque algumas empresas, mesmo com queda na produção da Embraer, ainda acreditavam numa retomada da demanda da companhia e adiaram as dispensas. Na reunião de amanhã com o vice-presidente do BNDES, Armando Mariante Carvalho, a missão é conseguir a liberação de capital de giro para desafogar as empresas dependentes da produção da Embraer. Linha de crédito específico para isso já existe. É o PEC (Programa Especial de Crédito), instrumento criado em dezembro, com dotação de R$ 6 bilhões, e voltado para alavancar a competitividade da indústria nacional através de reforço do capital de giro. Pelas regras atuais, cada empresa pode receber até R$ 50 milhões, desde que este valor não ultrapasse 20% da receita da beneficiada. O receio das fornecedoras, segundo Fernandes, é que não consigam apresentar garantias para que o BNDES libere o dinheiro. "É preciso uma negociação com o BNDES para uma flexibilização desse aval, de acordo com a realidade desse setor [de aeropeças], que é de pequenas empresas", disse o presidente do Ciesp. Um primeiro sinal de disposição do BNDES em negociar ocorreu anteontem, quando o presidente da instituição, Luciano Coutinho, esteve em São José dos Campos para assinar um contrato para a construção de um laboratório de alta tecnologia. Após a cerimônia, Coutinho disse que o setor de aeropeças é estratégico e que precisa ser apoiado. Oficialmente, o banco diz que ainda não há propostas concretas colocadas na mesa, como a que flexibilizaria a cobrança de garantias por parte do banco.