O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos pedirá hoje ao presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, que interceda a favor dos 4.270 funcionários demitidos pela Embraer na semana passada
"Está na hora de governo e BNDES fazerem valer seus direitos como acionistas da Embraer para exigir a readmissão de todos os trabalhadores. Entendemos que o conselho do BNDES pode e deve manter a decisão dada pela Justiça", disse o presidente do sindicato, Adilson dos Santos, o Índio, em entrevista à Agência Estado
Ações
O presidente do sindicato ressaltou que o Fundo de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) e a holding de participações do BNDES (BNDESPar) detêm, juntos, cerca de 20% das ações da Embraer.
O governo detém ainda 0,3% das ações da empresa. Os papeis, denominados "golden share", foram criados na época da privatização da empresa e dão ao governo os mesmos direitos dos detentores de ações ordinárias. Entre eles estão o poder de veto em algumas das decisões da companhia, principalmente em temas ligados à defesa e assuntos militares, mas não no caso de demissões e contratações. No conselho de administração da Embraer, estão presentes o tenente-Brigadeiro Neimar Dieguez Barreiro, representando a golden share, e José Reinaldo Magalhães, que representa a Previ
Recursos
Índio destacou ainda que o BNDES injetou R$ 19,7 bilhões na Embraer nos últimos 12 anos, sendo R$ 1,27 bilhão apenas no ano passado para operações de crédito destinado à exportação. O montante representa 10,15% de todos os financiamentos às exportações da indústria liberados pela instituição. "Sabemos que a Embraer só sobrevive com recursos públicos. Se a empresa mantiver as demissões, queremos discutir com o BNDES um plano para estatizar a empresa", declarou
A audiência está marcada para as 18 horas, na sede da instituição na capital paulista, e foi solicitada pelo sindicato por meio do senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Para Índio, a concessão de liminar suspendendo as demissões até o dia 5 de março, pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas (SP) deu fôlego para que governo e BNDES se posicionem em defesa dos funcionários