Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsas em NY caem com PIB dos EUA e participação maior do governo no Citi

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As Bolsas americanas operam em baixas acentuadas nesta sexta-feira (27/02). A queda de 6,2% no Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no quarto trimestre, desempenho muito abaixo da estimativa divulgada em janeiro, de queda de 3,8%, e o aumento da participação do governo no Citigroup afastam os investidores do mercado hoje. Às 11h55 (em Brasília), o índice Dow Jones Industrial Average (DJIA), da Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês), estava em baixa de 1,25%, indo para 7.092,48 pontos, enquanto o S 500, também da Nyse, caía 1,65%, para 739,09 pontos. A Bolsa Nasdaq operava em baixa de 0,29%, indo para 1.387,16 pontos. Segundo o Departamento do Comércio, a queda divulgada hoje é a pior desde a de 6,4% ocorrida no primeiro trimestre de 1982. O dado reflete as contribuições negativas das exportações, dos gastos dos consumidores, das vendas de equipamentos e software e dos investimentos residenciais fixos. "A maior parte dos componentes contribuíram para uma queda muito maior no PIB no quarto trimestre que no terceiro [de 0,5%]", diz o comunicado do departamento. "O quarto trimestre foi muito mais fraco que o esperado e o primeiro trimestre [de 2009] não vai ser muito melhor", disse o estrategista de investimentos Subodh Kumar, da Subodh Kumar & Associates em Toronto (Canadá). O Citi, por sua vez, informou que o Departamento do Tesouro vai converter até US$ 25,7 bilhões de suas ações preferenciais (sem direito a voto) do conglomerado financeiro em ações ordinárias (com direito a voto). Com isso, a participação do governo na instituição passará a 36%. O governo possui atualmente cerca de 8% de participação na instituição financeira - uma das mais afetadas pela crise iniciada em 2007. A decisão preocupa os investidores, que temem que a conversão acabe por diluir o valor das ações ordinárias do banco. O Citi está no centro dos rumores que circulam no mercado financeiro desde a semana passada, sobre uma possível estatização de bancos nos EUA, para que possam sobreviver à crise. Na semana passada, o presidente do Comitê Bancário do Senado dos EUA, Christopher Dodd, disse que alguns bancos dos EUA, como Bank of America e Citigroup, poderiam ser estatizados "por um período curto", para que possam atravessar a crise econômica. Na terça-feira (24/02), no entanto, o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, disse não achar necessária a estatização de grandes bancos do país. "Não precisamos adquirir uma participação majoritária para colaborar com os bancos", afirmou o responsável pela autoridade monetária americana em comparecimento semestral perante o Congresso. "Não vejo razão para destruir o valor da franquia ou criar as enormes incertezas legais derivadas de tentar nacionalizar formalmente os bancos quando não é necessário."