A decisão do Conselho Administrativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) de liberar recursos para financiar o capital de giro das empresas com recursos do FAT levou parte dos consumidores de volta s lojas de semi-novos. No entanto, a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), afirma que os juros deveriam ser menores do que os anunciados pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
O financiamento de capital de giro com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhado para empresas revendedoras do setor automotivo, aprovado no último dia 11 pelo Conselho Curador do FAT, beneficia micro, pequenas e médias empresas do comércio varejistas de automóveis, camionetas e utilitários usados. Segundo o Ministério do Trabalho, as vendas do tiveram impacto de 30% com a crise financeira, que se agravou em setembro em todo o mundo.
Foram liberados ao setor, inicialmente, R$ 200 milhões. Para ter direito aos recursos de até R$ 200 mil por empresa, é necessário manter o compromisso com a manutenção dos empregos. O prazo é de até 24 meses, com cinco de carência. Os encargos financeiros são a Taxa de Juros de Longo (TJLP), acrescida de taxa efetiva de 11,206% ao ano. Atualmente, chegam a 24%, mas, segundo o presidente da Fenauto, Ilídio Gonçalves dos Santos, o ideal mesmo seria 6% ao ano, mais TJLP, como forma de aliviar o setor. Outro problema para o setor de semi-novos é que, ao contrário do carro zero quilômetro, existe dificuldade na aprovação de crédito para os consumidores.
Pelas regras do Ministério do Trabalho, não podem tomar o empréstimo os inadimplentes perante qualquer órgão da administração pública federal, especialmente com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e os Programas de Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep).
O setor de revenda de automóveis faturou R$ 158 bilhões em 2008, segundo a Fanauto, mas, em outubro do ano passado, sofreu queda de 50%. De dezembro a janeiro, porém, houve recuperação entre 12 e 15%, informou Ilídio Santos.
De acordo com o último balanço divulgado pela Localiza, empresa de aluguel de automóveis e também vendedora de semi-novos, a receita líquida com esse tipo de carro caiu 14,4% no quarto trimestre do ano passado, em decorrência da queda de 11,5% no volume e de 2,2% no preço médio das unidades comercializadas. Até setembro, volume de carros vendidos foi de 3.071 carros em média por mês. Já no último trimestre do ano, a média foi de 2.215 por mês (queda de 27,9%).
No ano, a receita de venda de semi-novos aumentou 15,2% em 2008 em decorrência do aumento de 13,9% no volume e de 1,4% no preço médio dos carros vendidos, registra o balanço.