Jornal Correio Braziliense

Economia

Gasto do governo fecha janeiro em alta, mas não preocupa

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O crescimento nas despesas no primeiro mês de 2009 não preocupa o governo federal. O total de gastos em janeiro deste ano foi de R$ 48,13 bilhões. No mesmo período de 2008, as despesas foram de R$ 38,98 bilhões. Os desembolsos do Tesouro com pessoal passaram de R$ 12,57 bilhões para R$ R$ 16,49 bilhões e com custeio, de R$ 9,9 bilhões para R$ 13 bilhões. Além disso, o déficit da Previdência Social aumentou 24,5%, totalizando R$ 6,3 bilhões. O governo justifica o resultado devido a um desembolso atípico de R$ 8,37 bilhões para pagamento de sentenças judiciais em função de mudanças no calendário (em janeiro do ano passado, esse gasto foi de R$ 5,8 bilhões). E mantém previsões otimistas para 2009. No ano passado tivemos uma melhoria muito grande do perfil, com crescimento dos investimentos e redução do custeio. Essa tendência permanece para o ano de 2009. Não podemos, pela variação de um mês, entender que a tendência foi alterada, avaliou o secretário do Tesouro, Arno Augustin, ao divulgar o resultado de janeiro, hoje (20). Além do crescimento das despesas, houve queda de 4,9% na receita bruta do governo federal, que passou de R$ 53,47 bilhões de janeiro de 2008 para R$ 50,86 bilhões em janeiro deste ano. De acordo com Augustin, a queda é normal pois a base de comparação é muita alta. Janeiro de 2008, segundo ele, foi um mês atípico em termos de atividade econômica. Por outro lado, o primeiro mês de 2009 ainda reflete a crise econômica internacional dos últimos meses de 2008. No balanço final, o superávit, que foi de R$ 15,4 bilhões em janeiro do ano passado, caiu para R$ 4,3 bilhões. É um resultado dentro do programado que permite que a gente tenha a tranqüilidade de dizer que o país vai novamente cumprir as suas metas fiscais no ano de 2009, disse o secretário do Tesouro, reafirmando a meta de um superávit 3,8% do PIB prevista na Lei das Diretrizes Orçamentárias, com possibilidade de abatimento de 0,5% do Projeto Piloto de Investimentos (PPI). Segundo Arno Augustin, o governo não cogita reduzir investimentos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Achamos que é importante que os investimentos continuem num momento de ativação da economia, por isso o PAC foi mantido e inclusive aumentado, afirmou. Augustin também falou sobre o papel do Estado no estímulo economia. Quando a atividade econômica estava demasiadamente aquecida, o setor público deu uma contribuição no sentido de conter esse aquecimento. Agora, que ocorre o contrário em função da crise internacional, a contribuição do setor público tem que ser no sentido de aquecer a economia, afirmou. Essa função anti-cíclica dos nossos gastos está sendo cumprida e vai ajudar o país a melhorar sua resistência crise internacional, disse.