Os investimentos previstos pela mineradora Vale em outubro do ano passado para realização em 2009, de US$ 14 bilhões, estão mantidos, apesar da crise externa, afirmou hoje (20), nesta capital, o diretor-executivo de Finanças da empresa, Fábio Barbosa. Cerca de 70% desses recursos deverão ser investidos no Brasil.
Barbosa informou que a empresa vai trabalhar para revisar os projetos de investimentos com objetivo de reduzir custos. O nosso esforço não é no sentido de revisar os projetos de investimento. O que nós estamos buscando é fazer os mesmos projetos de forma mais barata. Esse é o nosso propósito, disse.
Para o diretor da Vale, a mudança do ambiente econômico, que levou várias companhias a adiarem seus planos de investimento, abriu a possibilidade de se revisar os projetos de investimentos Isso [a mudança do ambiente econômico] criou oportunidades para nós revisitarmos os termos dos contratos com os nossos fornecedores, além da própria evolução da taxa de câmbio. A maioria dos investimentos da Vale é feita no Brasil. Em função da depreciação do real frente ao dólar, o valor dos contratos tende a refletir essa desvalorização.
Barbosa também falou que os investimentos da Vale para este ano vão priorizar os mercados de carvão térmico e metalúrgico, o setor de fertilizantes e na área de mineração, com destaque para a exploração de minério-de-ferro, cobre, alumínio e níquel.
Na área de carvão, considerada estratégica pela empresa, o diretor recordou que a Vale desenvolve no momento o projeto de Moatize, em Moçambique, na África, onde está, na prática, transformando o ambiente econômico e social daquela região. A Vale pagou US$ 122,8 milhões, em junho de 2007, para obter a concessão do carvão de Moatize, uma das maiores reservas mundiais de carvão.
Sobre o setor de fertilizantes, Barbosa disse que ele é especialmente importante para a companhia, porque a América do Sul e o Brasil são mercados de grande potencial de crescimento na área agrícola. E isso requer uma cota de fertilizantes para viabilizar essa expansão.
A Vale, hoje, supre apenas 10% do consumo brasileiro de fertilizantes, mas, segundo ele, pode chegar a algo entre 70% a 80%, com a implementação do programa de investimento nessa área.
No ano passado, os investimentos da Vale somaram US$ 10,2 bilhões, mostrando incremento de 34% em relação a 2007, quando foram investidos US$ 7,6 bilhões. Estamos falando de um ritmo de aproximadamente US$ 850 milhões por mês realizados ao longo de 2008, visando o crescimento e a otimização das operações da empresa, afirmou. Do total aplicado em 2008, 66,2% dos investimentos foram efetuados no Brasil, com expansão de 29% sobre o ano anterior.