Jornal Correio Braziliense

Economia

Bancos na UE têm US$ 23 trilhões em títulos sob risco de calote

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O sistema bancário da União Europeia (UE) tem 18,2 trilhões de euros (cerca de US$ 23 trilhões) em ativos "podres" (com alto risco de calote) ou que precisam de revisões contábeis, segundo documento que está em preparação pela Comissão Europeia (o órgão executivo da UE) para ser dirigido aos ministros das áreas financeiras dos 27 países do bloco, de acordo com reportagem do diário britânico "The Guardian". Segundo o documento, se as medidas para resgatar os bancos europeus continuarem a ser adotadas de forma descoordenada, a integração de bancos europeus vai se desfazer em meio a uma série de medidas protecionistas, diz o "Guardian", que teve acesso ao relatório. Os ministros se encontraram e decidiram realizar uma conferência no próximo dia 28, para tentarem coordenar as iniciativas dos governos da UE para resgatar os bancos. Para a comissão, medidas isoladas podem resultar em um sistema bancário mais fraco, com reflexos negativos para o setor produtivo e para a economia como um todo. "Agora que a profundidade inesperada da desaceleração econômica traz a ameaça de uma deterioração maior da qualidade do crédito e de uma nova onda de inadimplência, a incerteza sobre a qualidade dos ativos dos bancos - apesar das medidas de apoio já adotadas pelos governos - permanece", diz o relatório. Os ministros disseram que vão reforçar seus esforços para fazer com que a oferta de crédito possa fluir normalmente de novo, mas descartaram a criação de um mecanismo oficial para absorver os títulos de risco, preferindo respostas mais flexíveis e coordenadas. O ministro das Finanças do Reino Unido, Alistair Darling, disse que o importante é que haja coordenação, inclusive com os Estados Unidos. "Cada país no mundo precisa de seus vizinhos mais do que nunca, seja em relação ao comércio seja em fazer o crédito fluir. É muito importante que enviemos um sinal bastante claro quanto a esse ponto", afirmou. Alguns ministros, no entanto, veem as ajudas isoladas de governos para garantir os ativos com problemas em cada país como mais protecionistas que as ajudas a outros setores, como a indústria automobilística, diz a reportagem. "A resposta dos países da zona do euro à crise econômica deformaram o projeto conjunto do euro mais do que qualquer outro evento imaginável", disse o primeiro-ministro da da República Tcheca, Miroslav Topolánek.