O Bundesrat (Câmara Alta) do Parlamento alemão aprovou nesta sexta-feira (20/02) o maior pacote de estímulo econômico desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), destinado a tirar a maior economia da Europa de sua pior recessão do pós-guerra.
A coalizão de governo liderada pela chanceler alemã, Angela Merkel, apresentou o pacote de 50 bilhões de euros (US$ 63 bilhões) no mês passado, depois que seu plano inicial de 31 bilhões de euros (US$ 39 bilhões) foi criticado na Alemanha e no exterior por ser muito pequeno.
As novas medidas também incluem 100 bilhões de euros (US$ 126 bilhões) em garantias de empréstimos, mas, neste momento, aparentemente, também é algo considerado muito pequeno se levados em conta os pedidos preliminares, indicou o jornal financeiro "Handelsblatt", que cita fontes do ministério da Economia.
"Se aprovássemos todos os pedidos que foram apresentados de maneira não oficial, os 100 bilhões de euros seriam insuficientes", diz o jornal. O pacote inclui um enorme aumento no gasto da infraestrutura, assim como vários cortes das contribuições tributárias e de segurança social.
Os dados oficiais difundidos neste mês mostram que a economia alemã se contraiu 2,1% no último trimestre de 2008, a maior contração desde a unificação da Alemanha Ocidental e Oriental em 1990.
A Alemanha, atingida por uma queda da demanda no exterior e um frágil consumo interno, entrou em recessão no terceiro trimestre de 2008, depois de registrar crescimento negativo durante dois trimestres consecutivos.
O plano de estímulo obriga a Alemanha a se endividar fortemente e o ministro das Finanças, Peer Steinbrück, admitiu que seu país quebrará no próximo ano as regras de déficit orçamentário da União Europeia. O governo Merkel prevê que a economia se contrairá 2,25% em 2009.
Na quarta-feira (18), a Alemanha já havia proposto medidas drásticas para permitir que, pela primeira vez na história moderna, o país possa nacionalizar bancos através da desapropriação de suas ações.
A lei, de cunho temporário, adotada pelo gabinete alemão, concede às autoridades até 30 de junho direitos de se apropriar dos ativos dos bancos em dificuldades, mas destaca que a nacionalização, deve ser encarada estritamente como "um último recurso".
Esse projeto de lei prepara o caminho para a estatização do banco imobiliário Hypo Real Estate, atualmente passando dificuldades e que se converterá no primeiro banco nacionalizado na Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial.