A reação desta quinta-feira (19/02) do mercado brasileiro não foi suficiente para devolver a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ao patamar dos 40 mil pontos, num dia em que as bolsas americanas operaram sob terreno negativo durante todo o pregão. Internamente, os destaques foram a queda histórica do nível de emprego formal (Caged) e os balanços de algumas das mais importantes empresas brasileiras. O câmbio manteve os R$ 2,35 de ontem.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, subiu 0,14% no fechamento, alcançando os 39.730 pontos. O giro financeiro foi de R$ 2,94 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em queda de 1,19%.
As "blue-chips" Vale e Petrobras sustentaram a recuperação da Bolsa brasileira, em um dia "magro" de negócios. A ação preferencial da Vale, que movimentou R$ 365 milhões, valorizou 0,60%, enquanto a ação da Petrobras teve alta de 1,58% e teve volume de R$ 542 milhões.
O dólar comercial foi vendido por R$ 2,352, estável sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 420 pontos, número 3,44% abaixo da pontuação anterior.
Notícias do dia
Entre as principais notícias do dia, o índice de inflação dos EUA denominado PPI (preços no atacado) teve variação de 0,8% em janeiro ante deflação de 1,9% em dezembro. O Departamento de Trabalho informou que a demanda pelos benefícios do seguro-desemprego ficaram estáveis em 627 mil pedidos na semana anterior.
Em um das poucas novidades positivas desta sessão de negócios, o índice de "Indicadores antecedentes", que busca antecipar os rumos da economia americana, teve um aumento de 0,4% em janeiro, marcando o segundo mês consecutivo de melhora. No front doméstico, a notícia mais importante do dia tem por fonte o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho. O levantamento apontou mais uma forte contração no volume de empregos formais no país: foram cortadas 101.748 vagas no mês passado, ante 654.946 postos de trabalho em dezembro. Trata-se do pior resultado para janeiro desde 1996.
Empresas
O banco francês BNP Paribas amargou um prejuízo de 1,37 bilhão de euros (US$ 1,74 bilhão) no quarto trimestre de 2008, contra um lucro de 1 bilhão de euros (US$ 1,27 bilhão) no mesmo trimestre de 2007. O Banco do Brasil revelou um lucro recorde de R$ 8,8 bilhões, apurado no ano passado, o que representa um acréscimo de 74% sobre o ganho registrado em 2007. O lucro foi puxado pelo crescimento da carteira de crédito da instituição.
Analistas ressaltaram que, descontados os efeitos extraordinários (ganhos com o fundo de pensão Previ), a instituição financeira apresentou lucro de R$ 1,62 bilhão no trimestre, pouco acima das expectativas do mercado financeiro. A ação ordinária do banco teve ganho de 2,14% no pregão de hoje.
A Usiminas reportou um lucro de R$ 837 milhões no quarto trimestre do ano passado, um resultado 14% abaixo dos ganhos registrados em idêntico período em 2007. No balanço de 2008, a companhia teve lucro de R$ 3,224 bilhões, o que representa um acréscimo de 2% sobre o exercício anterior. O resultado ainda ficou acima das expectativas de boa parte dos analistas do setor financeiro.
"O desempenho operacional das empresas do setor siderúrgico deverá manter-se relativamente fraco no primeiro trimestre de 2009", comenta o analista Carlos Fernando Kochenborger, da corretora Geração Futuro, em relatório preliminar sobre o balanço da Usiminas.
"Em geral, ainda não há evidências consistentes de retomada na demanda nem recuperação dos preços dos produtos siderúrgicos nas principais regiões econômicas", acrescenta, ressalvando que a Usiminas, por sua "estrutura de custos altamente competitiva" e "situação financeira confortável", pode auferir resultados mais positivos neste ano.
Outra gigante brasileira do setor siderúrgico, a Gerdau, publicou um lucro de R$ 311 milhões, apurado no último trimestre do ano passado, o que significa um decréscimo de 67,1% em relação ao mesmo período de 2007. A ação preferencial da companhia desvalorizou 2,10% no pregão desta quinta-feira.