Jornal Correio Braziliense

Economia

Azul diz que manterá promoções para encher aeronaves

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O presidente do conselho da Azul Linhas Aéreas, David Neeleman, afirmou hoje que continuará a oferecer tarifas promocionais nas suas rotas aéreas para encher os aviões da empresa. Após se reunir com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para falar sobre os planos da empresa, Neeleman falou sobre os investimentos para esse ano, que devem ficar entre US$ 600 milhões e US$ 800 milhões. A Azul iniciou suas operações em 15 de dezembro do ano passado, inicialmente ligando Campinas a Porto Alegre e Salvador. Já em janeiro, entraram em operação as rotas Campinas-Curitiba e Campinas-Vitória. A estreia da empresa levou os concorrentes a retomarem sua política de promoções, principalmente nas rotas a partir de Campinas (SP). "Eles colocaram [a tarifa] abaixo do nosso preço. A indústria é assim. Mas nos voos de Campinas, por causa do tamanho das nossas aeronaves, podemos ter mais frequências. Temos mais voos por dia. E temos voos para cidades em que ainda não há voos", afirmou. A empresa espera terminar o ano com 14 aeronaves da Embraer e já possui mais 10 encomendas para 2010. O presidente da Azul afirmou que pode aumentar esse número caso haja uma melhora nas condições de crédito no próximo ano. Ele afirmou que já possui recursos para os investimentos neste ano e que agora a empresa já pensa em 2010. "Estamos recebendo o crédito dos bancos, BNDES e outros. Nesse ano já terminamos. Estamos pensando sobre o ano que vem agora. Esperamos que o mercado de crédito fique melhor. Não pode ficar pior", afirmou. Rio de Janeiro A empresa espera agora o sinal verde da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para começar a operar no Aeroporto Santos Dumont (RJ). "O aeroporto está lá, vazio, e vamos fazer linhas para muitas cidades que não são atendidas hoje. Nós achamos que vai ser logo, acho que vai ser no primeiro semestre." A demora na liberação desse aeroporto já modificou os planos da empresa. De acordo com Neeleman, muitos aviões que iriam operar a partir do Rio já estão sendo utilizados em Campinas, no interior de São Paulo, principal base da empresa. "Agora, no Santos Dumont, a gente vai operar com menos do que estava previsto no nosso plano, porque já estamos usando os aviões em Campinas. Mas temos uma malha boa para o Santos Dumont, que nós acreditamos que vai trazer muita gente para o Rio das cidades que não tem serviço hoje", afirmou. Crise O presidente da Azul disse que, mesmo com a crise econômica, acredita que o número de passageiros transportados no Brasil poderia crescer até quatro vezes em relação aos 50 mil registrados no ano passado, mesmo com a crise econômica. "O mercado de aviação no Brasil ainda é muito baixo para o tamanho do Brasil para o PIB do país. Estamos abrindo novos mercados. Tem bastante renda no interior de São Paulo para viajar, mas hoje é difícil, porque você tem de fazer muitas conexões."