O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, defendeu nesta terça-feira (17/02) que se "reaja com dinamite" aos paraísos fiscais e que sejam demitidos os executivos de bancos que não tenham realizado seu trabalho bem.
"Eu sou favorável a uma ação com dinamite", disse Strauss-Kahn em entrevista à rádio France Inter, que afirmou que as medidas contra os paraísos fiscais "são muito leves" e admitiu que há um "certo número de Estados que consideram que não é o mais urgente". Ele pediu ainda um maior apoio aos bancos e uma maior coordenação dos planos de relançamento dos Estados para evitar que a crise internacional se prolongue.
O diretor do FMI considerou "escandaloso" o salário de alguns dirigentes financeiros e se disse favorável à demissão de executivos de bancos "se fizerem mal seu trabalho" ou ao fechamento daqueles bancos que estiverem "desequilibrados demais", salvando sempre os depósitos de seus clientes.
O problema, paradoxalmente, é que é necessário ajudar o sistema financeiro, onde começou a crise, mas "não a fim de ajudar os bancos, mas as pessoas", e facilitar o caminho para que se obtenha crédito. Para ele, a "ausência de normas" foram o "coração da crise".
'Não há soluções individuais'
Entre as soluções que propôs para dinamizar o sistema econômico mundial citou a intensificação dos planos de relançamento iniciados pelos Estados, que julgou de pouca amplitude em casos como os dos países europeus ou do Japão, e uma maior coordenação, "ainda insuficiente".
Apontou 2010 como o ano no qual se começará a sair da crise caso sejam tomadas as medidas propostas pelo FMI e afirmou que, apesar de que "todos concordem que é necessária coordenação" nas cúpulas internacionais, uma vez em cada país se tomam medidas "um pouco diferentes" e "um pouco contraditórias".
"Não há soluções individuais. Estamos em uma crise mundial. Cada país que tenta sair sozinho cria problemas para seu vizinho", declarou Strauss-Kahn.
"Em uma economia moderna o sistema financeiro é o sangue que rega a economia" e ainda "há um conjunto de ativos podres que continuam nos balanços e não sabemos durante quanto tempo, o que faz com que os bancos tenham medo de emprestar", acrescentou.
Nesse sentido, defendeu que se "chegue até o final da limpeza dos balanços dos bancos" e se "melhore o controle" para "evitar novas crises" no futuro.