A Vulcabrás-Azaléia concederá férias coletivas a 2,3 mil colaboradores das fábricas localizadas na Bahia e no Rio Grande do Sul. Juntas, as duas fábricas empregam cerca de 18 mil trabalhadores. Ao todo, a empresa calçadista tem mais de 35 mil colaboradores no Brasil e no exterior.
Para os trabalhadores da fábrica de Itapetinga, na Bahia, as férias coletivas foram marcadas para o período de 19 deste mês a 8 de março e, para os da fábrica de Parobé, no Rio Grande do Sul, do dia 20 próximo até 11 de março.
Segundo o presidente da Vulcabrás-Azaléia, Milton Cardoso, o motivo que levou a fábrica a adotar as férias coletivas não foi a crise financeira internacional, mas o crescimento da importação de calçados no Brasil. Ele disse que a crise internacional não afetou o mercado interno na mesma proporção em que afetou as principais economias do mundo.
;Não fosse o crescimento explosivo das importações ao longo de 2008 e no início de 2009, poderíamos estar em melhores condições para manter o número atual de empregos e continuar executando nossos planos de expansão. Talvez não com o ímpeto dos últimos dois anos, mas seguramente com boas perspectivas de expansão;, afirmou Cardoso.
De acordo com Cardoso, o ano de 2007 foi um bom ano para a empresa. ;Crescemos 21% em vendas e tivemos um resultado inferior ao do ano anterior em 7%. Nos nove primeiros meses de 2008, nosso ritmo de crescimento foi reduzido para 17%, em grande parte como decorrência da crescente participação de mercado dos calçados importados.;
Investimentos
Ele explicou que, em 2007 e em 2008, a empresa realizou os maiores investimentos de sua história. ;Foram R$ 154 milhões em ampliação de capacidade de produção, renovação tecnológica e proteção ao meio ambiente. Portanto, já usamos o que tínhamos de gorduras para queimar, ao criar, em 2007 e 2008, praticamente 10 mil novos empregos, o que nos permitiu chegar a 35 mil trabalhadores atualmente;, argumentou.
;São justamente algumas pessoas dessas novas vagas que agora estamos sendo forçados a manter em férias coletivas, enquanto assistimos à concorrência se abastecer de produtos importados da China e expandir seus negócios em mais de 40%, valendo-se principalmente da concorrência desleal e da venda de estoques excedentes que surgiram com a recessão global;, disse ele.