A Petrobras informou que está promovendo uma série e de medidas para antecipar o pagamento a fornecedores como uma espécie de alívio para as empresas com quem faz negócio devido ao agravamento da crise financeira.
Segundo o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, a empresa deve reestruturar, para o próximo mês, uma espécie de Fundo de Investimento em Direito Creditório (FIDC) - tipo de fundo de recebíveis, onde o fornecedor recebe antecipadamente pelo produto que irá entregar -, no valor de R$ 1 bilhão.
"Ainda devem ser lançados outros nos próximos meses", afirmou o executivo durante apresentação do plano de negócios da Petrobras, na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Entre as outras medidas em andamento está o adiantamento de pagamento de até 70% antes da entrega do produto comprado, o que está colocando no mercado cerca de R$ 300 milhões mensais de capital de giro aos fornecedores. "Normalmente, os contratos estipulam pagamento até 30 dias depois da entrega. Estamos pagando em cinco ou dez dias", afirmou.
Outra medida é a preparação junto à Caixa econômica Federal de um Fundo de Investimentos em Participações (FIP), cujos moldes, Barbassa não detalhou.
Financiamento
Sobre a necessidade de obter financiamentos para o plano de investimentos, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou que uma das opções é fazer também uma espécie de fundo de recebível de longo prazo com futuros países compradores do petróleo brasileiro.
"Estamos conversando com vários países", afirmou sem detalhar as informações. "Mas não se trata de venda futura", afirmou o presidente.
Barbassa revelou que a estatal já negocia esse tipo de financiamento com "quatro ou cinco países", que têm como principal característica uma previsão de forte aumento na demanda por petróleo.
Gasolina
Gabrielli rejeitou, ainda, a possibilidade de, no curto prazo, reduzir o preço da gasolina, por conta da redução do preço do petróleo no mercado internacional.
Segundo o executivo, o preço do petróleo ainda não está estável, o que seria uma condição essencial para fazer o corte no preço do derivado.
"Notamos que os contratos mais longos estão mais caros do que os de prazo mais curto. A gasolina para entrega em três meses no mercado americano também está mais cara [que o preço atual]. Então não há estabilidade no preço", afirmou, ressaltando que a variação no câmbio também não ajuda a equilibrar os preços.