A Petrobras encontrou indícios de petróleo no Irã e vai negociar com o governo local o modelo de exploração que seria adotado, caso a produção tenha viabilidade comercial. Segundo o diretor da área internacional da companhia, Jorge Luiz Zelada, os indícios são bastante preliminares e não são "tão promissores". Ele informou ainda que o tema deverá ser definido dentro de dois a três meses.
"Estamos avaliando os resultados do que encontramos até agora, e vamos discutir com as autoridades se vamos continuar naquela região", afirmou o executivo em entrevista coletiva na qual detalhou os planos da área internacional da estatal para os próximos cinco anos.
A Petrobras encontrou os indícios de hidrocarbonetos depois de duas perfurações no bloco Tusan, no golfo Pérsico. A estatal havia sido contratada para fazer esse serviço em 2004. Com a descoberta, explicou Zedala, a Petrobras vai avaliar se há petróleo suficiente que justifique uma participação na produção, que estaria condicionada à aprovação do governo local. O executivo ressaltou que continuar prestando serviços não é o foco de atuação da companhia.
"Sempre nos posicionamos em não sermos prestadores de serviços. Mas tudo vai depender de discussões futuras", observou, lembrando que os investimentos no Irã somaram US$ 100 milhões.
Sobre os planos internacionais da empresa, cujos investimentos permaneceram inalterados em relação ao plano anterior (US$ 15,9 bilhões entre 2009 e 2013), Zelada confirmou que a Petrobras vai postergar projetos na área americana do golfo do México para priorizar a exploração na camada pré-sal, no Brasil.
"Isso não significa que iremos deixar os projetos por lá de lado. Não estamos diminuindo o apetite pela atividade exploratória no golfo do México. Estamos adequando os investimentos", explicou.
O executivo ressaltou ainda que a empresa tem boas perspectivas em relação à produção futura na Turquia, onde perfura dois blocos - um em águas profundas e outro em águas rasas - no mar Negro. A expectativa é que a produção naquela região chegue a 100 mil barris/dia em 2020.
Embora tenha frisado que a Petrobras não tem planos definidos sobre a expansão da rede de distribuição no exterior, Zelada admitiu a possibilidade de abrir postos no Japão, onde a companhia pretende introduzir o álcool combustível. "Envolveria um projeto de imagem que associaria a marca Petrobras ao álcool", explicou.