Jornal Correio Braziliense

Economia

Aumentos nas mensalidades e nos livros escolares pressionaram o Índice de Preços ao Consumidor

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O ano começou com inflação em alta, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O indicador fechou janeiro com alta de 0,83% e sofreu forte influência dos reajustes no grupo educação, leitura e recreação, que registrou expansão de 3,53% no mês passado e respondeu por 0,30 ponto percentual da variação do IPC. No início do ano letivo, é comum colégios, papelarias, livrarias e faculdades reajustarem seus preços. Essas ampliações, no entanto, são absorvidas nos primeiros índices e praticamente não mudam nos próximos 11 meses. ;O efeito se dissipa;, explicou o coordenador do IPC, Paulo Picchetti. Segundo o especialista, apesar de ter iniciado 2009 forte, o reajuste de preço não deve se manter nesse patamar nos próximos meses. Os cursos com maiores reajustes foram o de ensino fundamental, que subiu 8,49% em média, e o de educação infantil ; creches ; com aumento de 8,15%. As mensalidades do ensino superior avançaram 3,59% e as do ensino médio, 7,54%. ;Os materiais escolares saltaram em média 5%;, disse Picchetti. Além das despesas com educação, os gastos com transporte também ficaram 0,74% mais salgados. Parte dos reajustes de ônibus e metrôs nas capitais analisadas pela FGV havia sido captada pelo IPC de dezembro e também deixa de influenciar o indicador nos próximos meses. Com a redução do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) dos veículos, o preço dos automóveis caiu e ajudou a segurar a variação dessa categoria, explicou Picchetti. As tarifas de táxi também apresentaram variação negativa: -4,26% em janeiro. Os alimentos, que pesam em média 25% no orçamento das famílias brasileiras, ficaram mais caros em janeiro. Os itens desse grupo subiram 1% puxados, principalmente, pelos produtos in natura. A batata inglesa, por exemplo, disparou 19,80%. Em geral, as hortaliças e legumes ficaram 4,17% mais caros. As despesas com habitação também subiram, mas menos que os outros grupos: 0,31%. Apenas os produtos de vestuário registraram deflação de 0,19% graças às liquidações intensificadas em janeiro. MANUTENÇÃO MAIS BARATA Uma boa notícia para brasileiros adeptos das quatro rodas é que a manutenção do carro ficou mais em conta, segundo a agência AutoInforme. Os preços de produtos e serviços que o motorista usa para andar e manter o veículo em ordem caíram 0,16% em janeiro. Os combustíveis, que representam 30% dos gastos, tiveram queda de preço. A lavagem simples recuou 7,05% e a completa, 6,12%. (LN)