O Brasil precisaria crescer pelo menos 4% em 2009 para que o desemprego não aumente em relação a 2008. Simulações apresentadas na manhã desta terça-feira (20/01) pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) indicam que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4%, como prevê dados mais otimistas do governo, geraria 1,3 milhão de novos postos de trabalho frente a um crescimento da População Economicamente Ativa (PEA) de 1,450 milhão estimada pelo órgão.
Crescimentos inferiores a esse percentual resultariam no aumento do desemprego. Se o país crescer 5,2%, projeta o Ipea, o número de desempregados sofreria um acréscimo de 806 mil trabalhadores. Um crescimento da economia de apenas 1% aumentaria em 1,126 millhão de desempregados, o que elevaria a taxa de desemprego dos atuais 7,2% para 8,6%.
"Não há dúvida de que a crise colocou um obstáculo maior para que o Brasil possa crescer, o país precisa saber aproveitar da melhor maneira as oportunidades. As medidas tomadas até agora apenas evitam o pior" afirma o presidente do Ipea, Márcio Pochmann. De acordo com ele, a queda da taxa de juros poderia contribuir para o crescimento do país. "A taxa de juros atual estava adequada para o momento anterior à crise, mas é inadequada para uma conjuntura de crise econômica".