A montadora italiana Fiat está negociando com a americana Chrysler a formação de uma parceria estratégica, afirmou nesta segunda-feira (19/01) a revista especializada Automotive News Europe.
"A Fiat está negociando com a Chrysler para formar uma parceria estratégica, na qual a Fiat poderia adquirir uma participação da montadora americana, que passa por dificuldades", disse a revista em seu site, citando fontes envolvidas nas negociações.
"Este pacto ajudaria a Chrysler a acelerar e reforçar seu plano de recuperação", afirmou. A Chrysler recebeu recentemente do governo americano uma ajuda de US$ 4 bilhões para sua recuperação econômica. Questionada sobre a possível parceria, a Fiat não quis fazer comentários.
Contexto
Uma porta-voz da Chrysler, Lori McTavish, explicou por e-mail que "no contexto econômico atual, as companhias de todos os setores estudam parcerias, e nossa indústria não é diferente". No entanto, McTavish se recusou a ser mais específica, alegando que a montadora não costuma comentar suas reuniões de negócios.
De acordo com a Automotive News Europe, "a Fiat poderia dar à Chrysler acesso a seus chassis, seus motores e seus sistemas de transmissão" de veículos de pequena e média categoria, para que a Chrysler possa "rapidamente elaborar uma nova e completa série de veículos com tração dianteira e emissão reduzida" de dióxido de carbono.
Em troca, "a Fiat receberia dinheiro, ou uma participação" na Chrysler, acrescentou a revista, geralmente bem informada sobre os movimentos do setor.
Segundo a Automotive News Europe, a parceria também permitiria à Fiat ter acesso às fábricas e à rede de distribuição da Chrysler na América do Norte, para poder produzir e vender diretamente sua marca Alfa Romeo e o carro-chefe da companhia, a Fiat 500. Devido à crise, a Fiat adiou para 2011 o retorno da Alfa Romeo aos Estados Unidos. "A Chrysler, por sua vez, poderia ter acesso à rede de distribuição da Fiat na Europa e na América Latina", segundo a revista.
Sergio Marchione, o diretor executivo da Fiat, explicara no início de dezembro que a única solução para enfrentar a crise, tanto para sua empresa como para as demais montadoras, era formar parcerias.