Jornal Correio Braziliense

Economia

Fed revisa em baixa as previsões de crescimento para 2009 e vê contração no 4° trimestre

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O Federal Reserve americano (Fed) revisou em forte baixa suas previsões de crescimento da economia dos Estados Unidos em 2009, e "continua prevendo uma reativação moderada em 2010", segundo a ata de sua reunião sobre política monetária realizada em dezembro. A economia americana deve sofrer uma "contração significativa" no quarto trimestre, admitiu o Federal Reserve (banco central dos EUA), em documento divulgado nesta terça-feira (6/01). No texto, o Fed também sugere que vai usar "outros instrumentos", que não a taxa de juros, para tentar estimular a economia americana, em sua pior crise dos últimos setenta anos. "As condições do mercado de trabalho deterioraram consideravelmente nos últimos meses assim como a maior parte dos empregos nos setores industriais", nota o Fed, na ata de sua reunião do dia 16 de dezembro, quando decidiu por ajustar a taxa de juros americana para uma "banda" entre zero e 0,25% ao ano. Na ata, os integrantes do Fed notam ainda a queda acelerada na geração de empregos, a retração do setor industrial, o enfraquecimento do setor imobiliário e a contração do crédito. Entre os poucos pontos "positivos", sublinham a queda nos preços ao consumidor, em linha com o recuo nos preços de energia e no incremento moderado nos custos dos produtos alimentícios. Os integrantes do Fed também admitem a necessidade de ampliar os recursos para animar a atividade econômica. "Com a taxa de juros dos títulos federais [os juros básicos] operando a níveis bastante baixos, como resultado do grande volume de reservas, associado com as operações de liquidez do Federal Reserve, os participantes concordaram que o Comitê necessitaria se concentrar em outras ferramentas para conceder estímulo monetário para a economia no curto prazo", afirmam os diretores do Fed participantes do Fomc, o equivalente americano do Copom. Em dezembro, economistas do setor financeiro comentaram que a decisão do Fed apenas havia referendado o que já ocorria na prática: os juros de mercado já estavam baixos demais e que o banco central americano, ao decidir pela "banda de juros" apenas havia reconhecido a situação. Também notaram que o Fed havia gasto sua "última bala" em termos de política monetária para estimular a atividade econômica. Com informações da France Press