Jornal Correio Braziliense

Economia

Ajuda a braço financeiro da montadora GM garante alta para as Bolsas de NY

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As Bolsas americanas encerraram seus negócios nesta terça-feira com fortes altas, repercutindo positivamente a ajuda de US$ 5 bilhões dada pelo governo americano à GMAC, o braço financeiro da montadora General Motors. Nem mesmo dados ruins da economia americana, como a queda de 18% do preço das casas no acumulado do ano até outubro ou a redução recorde na confiança do consumidor, foram suficientes para tirar o bom humor dos investidores. O Dow Jones Industrial Average --principal indicador da Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês)-- avançou 2,17%, aos 8.668,39 pontos, enquanto o ampliado S 500 ganhou 2,44%, para 890,64 unidades. Na Bolsa tecnológica Nasdaq, o indicador Nasdaq Composite apresentou alta de 2,67%, aos 1.550,70 pontos. O governo americano anunciou na noite de ontem que disponibilizará US$ 5 bilhões à GMAC, vindos dos US$ 700 bilhões do pacote do Tesouro dos Estados Unidos destinado a salvar os bancos. A salvação da financeira da GMAC é considerada por analistas um fator primordial para a sobrevivência da GM. No último dia 24, o Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) aprovou a transformação da GMAC em banco comercial, o que permitiu que a instituição recebesse a ajuda. Em comunicado, o Fed afirmou que existem condições de emergência que justificam a medida, porque sem esse respaldo a GMAC poderia se ver forçada a uma quebra. O Tesouro americano também emprestará US$ 1 bilhão à General Motors, para uma operação de recapitalização. A ajuda se soma aos US$ 9,4 bilhões já emprestados à GM --parte dos US$ 17,4 bilhões destinados às montadoras. Durante a tarde de hoje, a GMAC informou que utilizará parte dos recursos cedidos pelo governo para reduzir os juros para a compra de veículos da GM. Alguns modelos chegarão a ser vendidos com financiamento a juro zero. O pacote fez as ações da GM serem umas das mais negociadas na Nyse. O papel fechou o dia com ganho de 5%. A concorrente Ford seguiu essa linha e também apresentou alta, de 2,25%. Dados ruins Porém, a economia americana segue dando sinais de enfraquecimento, o que pode ser levado mais em conta pelos investidores nos próximos pregões. Os preços de imóveis nos EUA caíram 18% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo o índice Standard & Poor's/Case-Shiller. Trata-se da pior queda registrada por esse indicador desde 2000, que leva em conta os preços coletados em 20 áreas metropolitanas. A queda é ainda mais dramática se considerado o índice mais restrito, que abrange somente dez áreas metropolitanas: 19,1%, o pior índice em 21 anos. Já as vendas das redes de lojas caíram 1,5% na semana encerrada em 27 de dezembro, na comparação com a semana anterior, o que constituiu uma temporada de festas de fim de ano muito ruim, anunciou a ICSC (Associação Internacional de Centros Comerciais, na sigla em inglês). As vendas haviam aumentado 2,6% na semana encerrada em 20 de dezembro, após um aumento de 0,6% na semana anterior. Em termos anuais, as vendas da semana encerrada em 27 de dezembro caíram 1,8%, contra uma queda de 0,6% uma semana antes A pior notícia, porém, foi a confiança do consumidor. Segundo o instituto privado Conference Board, o indicador caiu em dezembro ao menor nível desde a sua criação em 1967. O índice ficou em 38 pontos em dezembro, contra 44,7 pontos no mês passado. O resultado foi muito pior que o esperado pelos analistas: eles previam que fosse subir levemente até 45 pontos.