A dívida pública recuou em novembro pelo quarto mês consecutivo, devido principalmente à desvalorização do real em relação ao dólar. O principal indicador que mede a dívida líquida do setor público (relação dívida/PIB, Produto Interno Bruto) caiu de 36,3% em outubro para 34,9% em novembro. De acordo com o Banco Central, trata-se do menor patamar desde maio de 1998.
Em termos absolutos, a dívida recuou de R$ 1,088 trilhão em outubro para R$ 1,047 trilhão em novembro.
Sem a alta do dólar, a dívida estaria em 36,1% do PIB. A valorização da moeda norte-americana tem impacto positivo na dívida líquida (diferença entre ativos e passivos do setor público). Segundo o BC, uma alta de cerca de 10% no dólar, por exemplo, ajuda a reduzir a dívida pública em 1 ponto percentual, já que o governo possui mais ativos do que dívida em dólar.
No final do ano passado, a dívida equivalia a 42% da soma das riquezas produzidas no país, ou R$ 1,150 trilhão. O superávit primário (economia do governo para pagar os juros da dívida) contribuiu com uma redução de 4,5 pontos percentuais na dívida neste ano. O crescimento do PIB ajudou com mais 3,7 pontos. A variação nas moedas internacionais colaborou com mais 3,8 ponto. Por outro lado, os juros elevaram a dívida em 4,9 pontos.
A dívida bruta do governo federal, INSS, Estados e municípios subiu de 56,2% em outubro para 56,3% do PIB em novembro e alcançou R$ 1,687 trilhão.