O aporte de R$ 200 milhões feito na semana passada pelo governo federal na Telebrás deve ajudar a empresa a se reestruturar para gerir projetos de inclusão digital. A injeção desses novos recursos na empresa já estava prevista desde dezembro de 2007, mas só foi realizada agora.
Apesar da privatização do sistema brasileiro de telecomunicações, realizada em 1998, a Telebrás nunca deixou de existir. A empresa tem hoje uma pequena estrutura e continua tendo suas ações negociadas na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).
Para o governo, a medida não é uma re-estatização. O objetivo é dar ao que sobrou da empresa uma função social, e não apenas reabri-la para competir com outras companhias do ramo. "Não estamos falando em re-estatizar. É uma empresa do governo dentro de um setor estratégico", disse o consultor jurídico do Ministério das Comunicações, Marcelo Bechara.
Ele afirmou que o governo já havia manifestado desde o ano passado o desejo de utilizar a estrutura da empresa para poder atuar no setor. "A Telebrás está tendo um papel de resgate", afirmou. "A gente não pode ter uma estrutura que fique aí sem ter uma função." O aporte de R$ 200 milhões foi comunicado à Bovespa na semana passada, e as ações da Telebrás registraram alta de 35,48% (preferenciais) e de 21,62% (ordinárias) no dia. O aumento de capital da companhia feito pelo acionista controlador da empresa, o governo federal, ainda deverá ser aprovado em assembléia de acionistas.