O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, informou hoje ter a previsão de que "em torno de R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões" do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) depositado em contas individuais dos trabalhadores poderão ser aplicados em obras de infra-estrutura. A estimativa, segundo o ministro, foi calculada pela área técnica com base no saldo das contas dos trabalhadores e considerando que nem todos os empregados com carteira assinada terão interesse ou recursos disponíveis para fazer tal aplicação.
A adesão dos trabalhadores ao fundo de investimentos que usa recursos do FGTS - o FI-FGTS - é opcional e está prevista na lei que criou esse fundo em 2007. Os trabalhadores poderão aplicar até 10% do que têm depositado em suas contas vinculadas, mas o Conselho Curador do FGTS - que é o órgão responsável pela gestão do FGTS - ainda precisa regulamentar essa opção aos trabalhadores, algo que pode acontecer em março do ano que vem. "A rentabilidade (do FI-FGTS) pode ser um grande atrativo para os trabalhadores, já que pode ser o dobro do rendimento normal", afirmou hoje o ministro, lembrando que a rentabilidade tradicional do FGTS é TR (Taxa Referencial) mais 3% ao ano.
Desde o final de 2007 até hoje, o FI-FGTS já recebeu autorização do Conselho Curador para aplicar R$ 15 bilhões no financiamento de obras de infra-estrutura como recuperação de rodovias, ferrovias e construção de usinas hidrelétricas. Esse dinheiro, entretanto, não sai das contas individuais dos trabalhadores, mas do patrimônio líquido do FGTS.