O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, disse nesta segunda-feira (29/12) que a atual crise financeira não representa uma ameaça para a sobrevivência do sistema bancário nacional.
"Por enquanto, não há ameaça. O setor bancário tem os fundos necessários. Criamos um sistema para revitalizar as entidades de crédito que são incapazes de cumprir suas obrigações", assinalou Putin durante uma reunião do governo.
Putin insistiu em que "o sistema funciona" e que "não causa prejuízo aos poupadores". "Não se trata, certamente, do desejo de apoiar os ´ricos banqueiros´, mas da necessidade de manter a estabilidade e evitar que os cidadãos sofram perdas", acrescentou.
Putin ressaltou que em nenhum caso se repetirá o ocorrido na crise de 1998, quando a moratória acabou com as economias dos russos.
O primeiro-ministro expressou sua confiança de que as medidas contra a crise "permitam evitar em 2009 uma brusca queda do nível de vida dos cidadãos, o desemprego em massa, e garantam a solidez do sistema financeiro e do setor industrial".
"Temos reservado grandes somas de dinheiro que chegam a trilhões de rublos para aplicar as medidas anticrise. O dinheiro provirá do orçamento federal, do Banco Central, das reservas", indicou.
Putin ponderou que "talvez não seja preciso utilizar esse dinheiro (...) o governo não pretende gastar todas as reservas na crise sem pensar nas conseqüências".
Além disso, reconheceu que a crise financeira bateu com especial virulência à Rússia devido à sua maior integração na economia mundial. Segundo Putin, o Produto Interno Bruto russo crescerá 6% neste ano, enquanto a inflação ficará em torno de 13,5%.
Recentemente, a ministra da Economia, Elvira Nabiulina, previu um crescimento do PIB de 2,4% em 2009, o índice mais baixo desde 1998. Durante os últimos oito anos a economia russa cresceu acima de 7% por ano.