O presidente de Cuba, Raúl Castro, anunciou na noite de sábado (27/12) a criação de uma rigorosa controladoria, um corte dos gastos oficiais e a paulatina eliminação de gratuidades e subsídios, na última sessão parlamentar anual, às vésperas do aniverário de 50 anos da revolução.
"Um de nossos problemas fundamentais é a falta de exigência sistemática a todos os níveis", disse o presidente de 77 anos, antes de afirmar que as medidas pretendem devolver ao salário o poder real perdido com a crise em 20 anos e transformar o trabalho em necessidade.
Raúl, que assumiu formalmente a presidência em fevereiro pelos problemas de saúde do irmão Fidel, criticou o esbanjamento de recursos, a falta de controle e de rigor no trabalho.
Ele propôs a criação de uma controladoria dos recursos - subordinada apenas ao Conselho de Estado -, que será submetida à votação na próxima sessão do Parlamento em 2009.
Também anunciou um corte de 50% das viagens oficiais ao exterior e o fim de um subsídio de US$ 60 milhões para as férias em Cuba de dirigentes, funcionários e trabalhadores destacados.
Raúl lembrou que o país passa por uma situação econômica difícil pelos prejuízos de US$ 10 bilhões provocados pela passagem de três furacões, 20% do Produto Interno Bruto (PIB). O período de recuperação será de três a seis anos.
A sessão parlamentar também aprovou uma nova lei de previdência social, que aumenta em cinco anos a idade de aposentadoria, assim como as diretrizes econômicas e o orçamento para 2009.