Jornal Correio Braziliense

Economia

Dólar cai e fecha a R$ 2,37; Bovespa inverte trajetória e sobe

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O dólar comercial encerrou as negociações desta sexta-feira (26/12) a R$ 2,370, em retração de 0,21% sobre a cotação anterior. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado a R$ 2,52, em alta de 0,39%. Em dia de pouca negociação, a divisa norte-americana foi negociada em baixa durante toda a sessão. A cotação mínima chegou a R$ 2,356 e a máxima, a R$ 2,386. No mercado de ações, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) inverteu a trajetória negativa e opera em alta de 0,19%, aos 36.539 pontos, segundo o Ibovespa, termômetro dos negócios. O giro financeiro é de R$ 891 milhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York se mantém positiva com o índice Dow Jones operando em alta de 0,22%. Por sua vez, o índice tecnológico Nasdaq está em baixa de 0,24%. Sem divulgação de indicadores econômicos e com as Bolsas da Europa fechadas, os investidores nos EUA têm poucos motivos para operarem hoje. A única notícia a oferecer alguma direção aos negócios é a divulgação de um levantamento da SpendingPulse (divisão da MasterCard Advisors que compila dados de compras pagas com cartões de crédito e cheques), que informou que as vendas na temporada de compras de fim de ano nos EUA tiveram uma queda entre 5,5% e 8% em 2008, na comparação com 2007, segundo dados preliminares. Além disso, um outro levantamento, feito pelo Conselho Internacional de Shopping Centers (ICSC, na sigla em inglês), mostra que houve uma queda de 1,5% a 2% neste ano nos EUA, na comparação com o fim de 2007. Nesse levantamento o resultado, se confirmado, será o pior desde 1969. A previsão da SpendingPulse condiz com os dados do governo sobre gastos do consumidor no mês passado, que mostraram uma queda de 0,6%. A queda de novembro completou cinco meses de contração, a maior seqüência de perdas desde o início da pesquisa feita pelo Departamento do Trabalho, em 1959. Os consumidores se sentem menos à vontade para fazer compras e gastar dinheiro devido à situação crítica da economia - e, em particular, a do mercado de trabalho no país. Os dados do governo evidenciam essa situação: o mercado de trabalho perdeu 533 mil vagas e a taxa de desemprego subiu para 6,7%, no mês passado. Os investidores ainda encontram motivo para otimismo com a aprovação do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) para a transformação do braço financeiro do grupo General Motors, GMAC, em banco comercial, o que permite que a instituição peça ajuda ao governo americano. O salvamento da GMAC poderia melhorar as possibilidades de liquidez da GM, empresa que recebeu este mês US$ 9,4 bilhões em empréstimos do governo para impedir o colapso e seguir de pé até janeiro. Brasil No país, três pesquisas de vendas neste fim de ano apontaram números positivos. Segundo dados da Serasa, as vendas do varejo nacional registraram alta de 2,8% no período que antecede o Natal em relação ao ano passado. Em São Paulo, o maior pólo comercial do país, o crescimento foi de 1,1%. Outra pesquisa divulgada hoje pela Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) apontou que as vendas de Natal nos shopping centers no país cresceram 3,5% neste ano na comparação com o ano anterior, já descontada a inflação. Em termos nominais, a alta foi de 9,5%, ante expectativa de 8% a 10% da entidade. No acumulado de 2008, as vendas reais foram entre 3% e 3,5% maiores, descontada a inflação projetada entre 6% a 6,3%, e em termos nominais, 9,5% - abaixo da estimativa da associação, de 12% de expansão para 2008. "A crise econômica não comprometeu os resultados do varejo, pois nos primeiros nove meses do ano houve crédito farto e prestações alongadas, baixas taxas de juros para o consumo, aumento da renda, ampliação do emprego formal e a valorização do Real, promovendo um crescimento nominal de 9% sobre 2007. Os estoques para o Natal foram formados ainda neste período", informou a entidade. Já o levantamento divulgado pela Associação Comercial de São Paulo afirmou que as vendas por crediário caíram em São Paulo no mês de dezembro, em relação a 2007, mas as vendas a vista e com cheque salvaram o comércio neste ano. O movimento de consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) registrou uma queda de 1,4% do dia 1° a 25 de dezembro deste ano, em comparação ao mesmo período em 2007. Porém, as consultas ao SCPC/Cheque, com alta de 4,7% (na mesma comparação entre períodos) foram beneficiadas pela escassez de crédito e pela intenção dos consumidores de comprar à vista produtos de menor valor.