A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ganha terreno e se aproxima do patamar dos 40 mil pontos, perdido há um mês. O mercado repercute a aprovação do pacote de US$ 14 bilhões em ajuda para as montadoras nos EUA. O plano foi aprovado pelos "deputados" mas deve enfrentar resistências junto aos senadores. O mercado doméstico tem um motivo adicional para recuperar: um pacote da ordem de R$ 10 bilhões em medidas fiscais do governo. O câmbio reflete o alívio no front externo e recua para R$ 2,35.
O otimismo dos investidores também se reflete sobre os preços das commodities (matérias-primas), o que contribui para impulsionar a alta da Bolsa brasileira. Em Nova York (Nymex), o barril de petróleo atinge US$ 46,6, em alta de 7%.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, avança 1,40% e atinge os 35.549 pontos. O giro financeiro é de R$ 1,48 bilhão.
O dólar comercial é negociado a R$ 2,359 para venda, o que representa um declínio de 2,96%. A taxa de risco-país marca 493 pontos, número 0,61% acima da pontuação anterior.
As Bolsas européias operam em terreno negativo, a exemplo de Paris (declínio de 0,14%) e Frankfurt (baixa de 0,93%), com exceção de Londres (0,22%). Nos EUA, a Bolsa de Nova York retrai 0,43%.
Entre as primeiras notícias do dia, o governo brasileiro deve lançar hoje um pacote de medidas fiscais, para tentar amenizar os impactos da crise financeira mundial sobre o país. Estimativas preliminares apontam que as medidas podem custar R$ 10 bilhões aos cofres públicos.
Na noite de ontem, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou o pacote de US$ 14 bilhões em ajuda para as montadoras. O projeto de lei ainda deve passar pelo crivo do Senado, onde deve enfrentar mais resistências. Em situação pré-falimentar, gigantes do setor automobilístico reivindicam dinheiro do governo para sobreviver à recessão. O "drama" dessas empresas têm sido um dos principais focos de preocupação do mercado financeiro desde novembro.
O Copom manteve a taxa básica de juros em 13,75% mas comunicou, por meio de um texto curto, que chegou a discutir a possibilidade de um corte dos juros, mas que recuou diante do "cenário de incertezas". Para analistas, o Comitê deixou uma "porta aberta" para um relaxamento da política monetária no início de 2009.