A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) criticou a decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, em decisão anunciada na noite desta quarta-feira (10/12).
A entidade chamou a decisão de "dissociada da realidade econômica mundial" e disse acreditar que, pela primeira vez, não fosse uma medida imprudente reduzir a taxa "em três ou quatro pontos percentuais" dada a situação da economia mundial.
"Pode-se dizer que mesmo parada, a Selic subiu até 2% nos últimos meses, na comparação com os juros vigentes nos EUA e na Europa, que têm sido drasticamente reduzidos pelos respectivos bancos centrais. Enquanto isso o nosso BC ignora o risco do contágio pela recessão mundial e se preocupa com o perigo mais imaginário do que real da inflação", disse o presidente da Fecomercio-SP, Abram Szajman, em comunicado.
Para a entidade, o desempenho da inflação não justifica tal medida do Banco Central, e também dá sinais contraditórios porque mantém os juros altos enquanto libera recursos do depósito compulsório para aquecer a economia. "Com os juros altos, a liberação do compulsório torna-se uma medida manca", disse Szajman.