O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, classificou as reivindicações do Paraguai em relação à dívida de construção da usina hidrelétrica Itaipu como "inaceitáveis", mas admitiu ceder na discussão com o país vizinho. Ele informou que se reunirá amanhã com representantes do ministério de Transportes e Energia do Paraguai em Itaipu, e que tratará a questão dos pontos de vista técnico e político.
"As reivindicações que estão sendo postas são inaceitáveis, mas vamos discutir o assunto e quem sabe encontrar um meio termo", afirmou, após ser condecorado com a medalha Tiradentes, na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Lobão disse que o Brasil já vem lidando há anos com as pressões do Paraguai em relação à usina, e que tudo vem dando certo. Ele acrescentou estar convencido que os países encontrarão um termo comum e acertarão as divergências. Lobão destacou ainda que o Paraguai é "um país amigo".
O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, pôs em dúvida, na semana passada, a legitimidade da dívida contraída com o Brasil na construção da hidrelétrica de Itaipu. Ele afirmou que pretende estudar a questão "exaustivamente" e, se for o caso, impugná-la.
O Paraguai estaria interessado em refazer o perfil da dívida de construção de Itaipu. Pela proposta, o Brasil arcaria com US$ 19 bilhões e o Paraguai com apenas US$ 600 milhões. A alegação é de que o governo paraguaio vende a energia excedente apenas ao Brasil, maior consumidor de Itaipu.
Em relação aos projetos de construção de hidrelétricas que estão sendo estudados em conjuntos com outros países, Lobão avaliou que os recentes problemas envolvendo Equador e Paraguai não afetarão o andamento dos planos. O Brasil estuda fazer usinas em parceria com Equador e Argentina.
"Estamos prosseguindo normalmente negociações com Peru, Argentina e essa questão não vai afetar nada", observou.