Jornal Correio Braziliense

Economia

Bovespa sobe quase 4% com commodities e siderurgia

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À espera do pacote de socorro às montadoras de Detroit, os investidores voltaram às compras na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), sobretudo de ações ligadas a matérias-primas (commodities), siderurgia e consumo interno. O índice Bovespa opera em alta desde o início do pregão; às 13h28, registrava ganho de 3,98% a 39.480 pontos. Dentre os 66 papéis que integram o índice, destaque para a alta registrada pelos de Usiminas, que sobe mais que seus pares. Fora do Ibovespa, chama a atenção mais uma vez o forte desempenho de Positivo ON, em meio às notícias de que a venda do controle da companhia estaria sendo negociada com multinacionais. De acordo com operadores, ainda é cedo para falar em rali de final de ano - e, considerando-se a perda em torno de 40% acumulada pelo Ibovespa até o momento, o mais correto seria mencionar um provável ajuste de final de ano, na opinião dos profissionais. Contudo, se não surgirem novidades negativas até o final deste mês, é possível que a Bolsa brasileira engate uma sucessão de jornadas em alta. "Se a Opep mexer na produção de petróleo e se não houver uma piora nas Bolsas dos Estados Unidos, é bem provável que a Bolsa vá buscar os 42 mil pontos no curtíssimo prazo", comentou um operador, lembrando que há vencimento de índice futuro na próxima semana, o que naturalmente pode levar a um ajuste para cima das pontuações. Usiminas ON e Usiminas PNA destacam-se entre as siderúrgicas, e entre os maiores ganhos do Ibovespa, em meio às informações do governo de que os investimentos da Petrobras no pré-sal serão mantidos. A Usiminas é a única produtora de chapas grossas no país, que são utilizadas em infra-estrutura. "A Usiminas fornece chapas para a construção de plataformas e acaba sendo a mais beneficiada pelas notícias de que a Petrobras manterá seus investimentos", comentou o economista da Infra Asset, Fausto Gouveia. Usiminas ON avançava 8,43% e Usiminas PNA, 7,98%. As demais siderúrgicas também sobem com força nesta jornada, diante do impacto positivo na demanda que poderão ter os investimentos prometidos pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, em infra-estrutura e a aprovação do plano de socorro às montadoras de Detroit, cuja cotação pode ocorrer ainda hoje. Gerdau PN ganhava 3,95% e CSN ON ganhava 7,43%. O mesmo cenário que impulsiona as ações da siderurgia vale para explicar a alta dos papéis da Vale, que também dão contribuição importante para o ganho do Ibovespa hoje. Vale ON sobe 7,33% e Vale PNA, 7%, beneficiadas ainda pela valorização dos metais nas bolsas internacionais. O petróleo também experimenta um dia de alta, com valorização de mais de 5%, para mais de US$ 44 o barril, na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex). A notícia de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) poderá anunciar um corte "severo" na produção de óleo, em reunião do dia 17, mais a possibilidade de a Rússia adotar a mesma postura, impulsionam os preços, segundo operadores. Petrobras ON ( 7,77%) e Petrobras PN ( 7,11%) reagem em alta forte a essa expectativa. Papéis ligados a consumo doméstico contribuem também para a alta na Bolsa paulista, embalados pela possibilidade de o desaquecimento econômico no País ser mais brando do que o verificado nas economias desenvolvidas. Sadia PN avançava 5,78% e Souza Cruz ON, 4,51%. Fora do índice, as ações ON da Positivo Informática se destacam pela terceira sessão consecutiva entre as maiores altas da Bolsa paulista, diante das notícias de que o controle da companhia pode ser vendido a uma multinacional da área de tecnologia da informação. O papel ganhava 29,22%, a R$ 11,63, com 6.156 negócios. O papel respondia pelo terceiro maior volume negociado da Bolsa, com R$ 65,6 milhões, atrás apenas das blue chips Petrobras PN e Vale PNA. O giro financeiro na Bovespa estava em R$ 1,6 bilhão, projetando R$ 4,6 bilhões até o final do dia.