A crise passou longe dos financiamentos de imóveis no Distrito Federal. A Caixa Econômica Federal bateu novo recorde de volume de crédito habitacional, atingindo a marca de R$ 700 milhões de janeiro a novembro, o que representa um crescimento de 64% sobre o mesmo período de 2007 e acima da média nacional de 60%, beneficiando 7,9 mil famílias. Até o fim do ano, a Caixa espera que o total de financiamentos em 2008 somem R$ 764 milhões e o número de famílias atendidas por essa linha de crédito chegue a 8,5 mil. A previsão para 2009 ainda não está fechada, mas a Caixa garante que os números serão positivos.
;Sabemos que vamos crescer no ano que vem. Só não definimos ainda quanto;, ressalta José Urbano Duarte, superintendente-regional da Caixa. O executivo argumenta que, com uma cota de financiamento maior e com juros menores, o ritmo de crescimento do setor está garantido ; referindo-se às medidas anunciadas na terça-feira de liberação de R$ 3 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para a indústria da construção civil em 2009, e juros de até 4,5% ano mais Taxa Referencial (TR) para quem ganha até R$ 2 mil mensais. ;Nesse segmento, é possível fazer de tudo para manter o nível de estabilidade, pois é o setor que mais emprega no país. Tem que irrigar dos dois lados: para quem está construindo e para quem vai comprar, e o governo está fazendo isso;, observa.
Renda
Do total de crédito concedido, R$ 250 milhões são provenientes de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e R$ 450 milhões oriundos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).O valor médio de financiamento no DF também atingiu sua maior marca: R$ 90 mil, quase o dobro da média nacional, que é de R$ 45,5 mil. Em 2007, o valor médio no DF era de R$ 66 mil. ;Uma das grandes diferenças em Brasília em relação a outras regiões é a renda per capita da população, com maior capacidade de endividamento, e o volume de negócios, além da crescente valorização dos imóveis na região;, afirma Elício Lima, superintendente-regional da Caixa.
Adalberto Valadão, presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi-DF), comemorou. ;Esses números são interessantes para o setor, que fechará o ano com crescimento de mais de 70% no volume de financiamentos, considerando o déficit habitacional, que é muito expressivo;, afirma. Segundo Valadão, no primeiro momento de agravamento da crise, houve pequena redução na procura por imóveis, mas ele garante que não houve redução nas vendas. ;O que se percebe é mais cautela da parte do consumidor, mas no ano passado fizemos a previsão de 25% de crescimento sobre 2007 e tudo indica que isso vai acontecer;, diz.