Ford, General Motor e Chrysler, conhecidas como as "Três Grandes" do setor automobilístico americano, começam a apresentar seus planos de reestruturação, nesta terça-feira, exigidos pelo Congresso antes de uma possível concessão de ajuda financeira, considerada indispensável pelas montadoras para evitar a quebra e o conseqüente efeito dominó na economia americana.
O Congresso, que teme investir a fundo perdido, exigiu há 15 dias um plano de ação, ao término da série de audiências nas quais nenhuma montadora convenceu os parlamentares da urgência de liberar tais recursos.
Hoje, a Ford divulgou as primeiras grandes linhas dos esforços que está pronta a fazer para recuperar seu caixa em um prazo razoável.
A GM e a Chrysler, que chegaram a declarar que não teriam mais como honrar seus compromissos já nos primeiros meses de 2009, também devem apresentar, ainda hoje, medidas parecidas.
Esses anúncios acontecem no mesmo dia da divulgação dos números de vendas de automóveis em novembro, que devem confirmar a derrocada do mercado americano. Para a Ford, a queda nas vendas chegou a 30% em relação ao ano anterior, com apenas 118.818 unidades comercializadas.
Em seu plano, a Ford pede uma linha de crédito preventiva de 9 bilhões de dólares, ressaltando, contudo, sua esperança de "conseguir sua reestruturação sem tocar no crédito que o Congresso decidirá desbloquear". Deficitária desde 2006, a Ford espera voltar ao equilíbrio, ou seja, a registrar lucro, até 2011.
A empresa comunicou ainda que, após receber 28 milhões de dólares no ano passado, seu CEO, Alan Mulally, receberá o valor simbólico de US$ 1 por ano. Os bônus aos demais executivos também serão cortados. Segundo o canal financeiro CNBC, o CEO da GM, Rick Wagoner, também aceitará receber um salário simbólico.
Além disso, a Ford prometeu investir 14 bilhões de dólares em novas tecnologias para acelerar a saída de veículos menores e menos poluentes.