O presidente da Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, disse nesta segunda-feira (1º/12) que a indústria global do motor enfrentará "perdas maciças de emprego" durante vários anos se não for oferecido o estímulo financeiro necessário, segundo a agência local Kyodo.
Ghosn participou nesta segunda de um simpósio, em Tóquio, no qual afirmou que os efeitos de uma falta de financiamento aos fabricantes de veículos poderiam não ser sentidos de forma imediata, mas "em alguns poucos anos".
O executivo acrescentou que a perda de empregos "não ocorrerá em apenas um país, mas em vários, que serão contagiados em uma reação em cadeia". "Acho que é importante financiar uma indústria que proporciona tanto emprego", apontou Ghosn.
As declarações ocorrem em um momento no qual a indústria automotiva japonesa começa a ser profundamente afetada pela crise econômica global, que causou a queda de vendas e o anúncio da demissão de trabalhadores temporários.
As vendas de veículos novos no Japão caíram 27,3% em novembro com relação ao mesmo mês do ano anterior, até o nível mínimo em 39 anos, destacou nesta segunda-feira a Associação de Distribuidores de Veículos do Japão.
Durante as últimas semanas, alguns dos principais fabricantes de veículos japoneses, como Nissan, Mazda, Suzuki e Isuzu, começaram a anunciar que demitirão trabalhadores temporários ou em regime de meio período, devido aos planos de reduzir a produção no Japão.
Por enquanto, limitaram-se a não renovar os contratos que terminaram e a paralisar novas contratações, mas, segundo as previsões de mercado, se o panorama econômico piorar, haverá demissões de trabalhadores a médio prazo.
Os comentários de Ghosn se juntam ao pedido de financiamento ao Congresso dos Estados Unidos por parte da General Motors, Chrysler e Ford.