A menos de um mês do Natal, o comércio já se dá por satisfeito se repetir em dezembro o faturamento de 2007, o melhor fim de ano da década. Praticamente todos os setores do varejo reduziram as projeções de crescimento de vendas para o Natal. Mas o clima ainda é de relativo otimismo nos setores menos dependentes de financiamentos, como as lojas de vestuário e os supermercados. Eles esperam absorver parte das compras que iriam inicialmente para itens de maior valor. No vestuário, a previsão era crescer 15% e agora oscila entre 8% e 10%, segundo Sylvio Mandel, presidente da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abeim), que representa grandes lojas de departamento, como Renner, C, entre outras.
Nos supermercados, a projeção é ampliar em 10% a receita em relação ao Natal do ano passado. Poderia, no entanto, chegar a 12% sem a crise, diz o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Susumu Honda. O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, acrescenta que as vendas dos supermercados deverão ter bom desempenho também porque a queda de preços dos alimentos deve ser ;um estímulo importante para o consumo;.
Em novembro, a desaceleração ficou clara especialmente para o comércio de eletroeletrônicos, que chegou a projetar crescimento de 15% e agora admite estabilidade em comparação com 2007. Os fabricantes, no entanto, consideram uma queda na faixa de 5% ante o Natal do ano passado, segundo projeções do presidente da Eletros, Lourival Kiçula.
;O Natal tinha tudo para ser muito bom, mas será apenas regular;, afirma o supervisor geral das Lojas Cem, Valdemir Colleone. Especializada em móveis e eletroeletrônicos, a rede se preparava para ampliar entre 10% e 12% as vendas em dezembro. Agora espera empatar com dezembro de 2007. Em outubro e novembro o consumo esfriou, diz o executivo. Para Colleone, a desaceleração nas vendas de bens duráveis só não será maior porque os consumidores de menor renda continuam empregados e comprando, enquanto as classes A e B estão mais cautelosas.