Jornal Correio Braziliense

Economia

Brasil e China 'emergem como modelos de estabilidade', diz jornal

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O Brasil e a China emergem como modelos de estabilidade, "neste momento de crise econômica global", diz artigo publicado na edição desta sexta-feira (21/11) do jornal britânico "The Daily Telegraph". O jornal compara os dois países, considerados "mercados emergentes", ao Reino Unido e aos Estados Unidos, chamados de "mercados desenvolvidos" e diz que "esta grande divisão foi erodida" com a crise. "O status de alguns mercados emergentes deve ser elevado, mesmo que em termos relativos", afirma o artigo, explicando que "alguns [países], como o Brasil, atualmente parecem representar menor risco (...) do que alguns [países] desenvolvidos como ao Reino Unido." "Em termos de superávit comercial, endividamento em relação ao PIB [Produto Interno Bruto] e tamanho de suas reservas cambiais, o Brasil derrota ao Reino Unido sem esforço", disse o jornal. "Sua economia [do Brasil] ainda deverá crescer 3% no próximo ano, enquanto a do Reino Unido está encolhendo. E, embora a inflação brasileira esteja aumentando, ela parece estar sob controle." "Responsabilidade fiscal". O artigo contesta o próprio termo "mercado emergente", dizendo que ele foi "inventado pelo Banco Mundial há 30 anos e é definido com base em renda per capita baixa". "Na época, partia-se do princípio de que estas economias eram instáveis e em processo de reforma econômica e de mercado. Só governos mais sábios, dos Estados Unidos e da Europa, poderiam demonstrar responsabilidade fiscal, acreditava-se - e este era geralmente o caso", diz o jornal. O artigo afirma, contudo, que embora essa suposição persista, "o governo brasileiro nos últimos anos seguiu cuidadosamente regras defendidas por economistas ocidentais, enquanto Estados Unidos, Reino Unido e outros as desprezaram". Sobre a China, o artigo do jornal britânico diz que "há muitas evidências que sugerem que a recessão que atingiu Estados Unidos e Europa não é meramente uma baixa cíclica, mas marca uma passagem do poder econômico no longo prazo para a China e outros mercados emergentes grandes". "Não pode mais haver uma reunião com credibilidade de G-alguma coisa [numa referência ao G8 e ao G20) para tentar coordenar política monetária e fiscal sem incluir a China", afirma o jornal.