O ministro de Finanças indiano, Palaniappan Chidambaram, disse nesta terça feira (18/11) que o G-20 (grupo que reúne os países mais ricos e os principais emergentes) transformou-se no fórum mundial mais importante para resolver problemas econômicos.
A declaração indiana segue a linha adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas que encontra resistência por parte do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi.
"O G-7 (os sete países mais ricos do mundo) reconheceu tardiamente que não tem a solução para todos os problemas", disse Chidambaram durante a realização do Fórum Econômico Indiano, segundo um comunicado emitido pela organização.
Chidambaram, que fez parte da delegação indiana que viajou a Washington para participar, no último dia 15, da Cúpula do G20, classificou a reunião de "um bom começo", e afirmou que as economias emergentes estão "felizes" com o encontro.
"O G-20 chegou para ficar como o mais importante fórum para tratar os assuntos financeiros e econômicos do mundo. É um fórum muito melhor que o G7", acrescentou o ministro, segundo a nota.
No entanto, Chidambaram mostrou-se preocupado com a falta de acordo dos países participantes sobre a formação de um organismo global de supervisão para implantar as medidas estipuladas.
Além disso, lamentou que os esforços globais para atenuar a crise econômica aconteçam em meio ao processo de mudança no governo americano, com o fim do mandato do presidente George W. Bush e a chegada de Barack Obama à Casa Branca.
Polêmica
A discussão sobre o papel do G20 e do G7 na reorganização da política econômica mundial está polarizada entre os que defendem o primeiro grupo - os países mais pobres - e o segundo - os países mais ricos. Tem também aqueles que não estão alinhados com nenhum dos dois segmentos e pregam uma "política antiimperialista", como a Venezuela e a Bolívia.
Berlusconi defende o grupo rico frente ao G20 por entender que a Europa iria perder muita influência com a composição maior de países. "A partir de 1° de janeiro, teremos a presidência do G8 (que inclui a Rússia), que não foi apagado pelo G20. Na realidade, certos problemas devem ser discutidos por países cujas democracias estão consolidadas, enquanto outros países, que integram o G20, ainda estão no caminho para a democracia".
Por sua vez, Lula considera que o grupo dos países ricos será transformado em "um clube de amigos". Ele explicou que há seis meses nunca teria imaginado que o G-20 ia ser o grupo escolhido "para definir de forma coletiva a reforma da economia mundial". O G8 conta com Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão e Rússia. O G-20 tem ainda a União Européia, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, China, Coréia do Sul, Índia, Indonésia, México e Turquia.