Jornal Correio Braziliense

Economia

FMI pede mais fundos para ajudar países contra crise

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O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, disse que a instituição precisará de pelo menos mais US$ 100 bilhões para aumentar sua participação na ajuda os países afetados pela crise financeira internacional. Em entrevista à BBC, Strauss-Kahn disse que o fundo tem liquidez suficiente para o futuro imediato, mas precisará de mais recursos ao longo dos próximos seis meses. "O número de países com problemas ao mesmo tempo aumentou dramaticamente e eles estão vindo até o FMI para pedir ajuda", afirmou. "Então nós precisamos de mais recursos". "A questão é conseguir lidar com o problema nos próximos seis meses, e eu acredito que todos os chefes de governo estão conscientes da necessidade de um FMI mais forte", alertou. Corte de juros A declaração do diretor do FMI foi feita em meio à notícia de que a economia japonesa entrou oficialmente em recessão, tendo registrado crescimento negativo de 0,1% no terceiro trimestre. No trimestre anterior, a economia do país asiático já havia retraído 0,9%. Na sexta-feira (14/11), véspera da reunião dos chefes de Estado do G20 em Washington, o Japão havia oferecido ao fundo US$ 100 bilhões para ajudar a abater os efeitos da crise em vários países. Strauss-Kahn descreveu a oferta do primeiro-ministro japonês, Taro Aso, como um "grande passo adiante". O comunicado divulgado após a reunião do bloco, que reúne as maiores economias do mundo e os países emergentes, ressaltou o "importante papel do FMI na resposta à crise", parabenizou seu novo mecanismo de prover liquidez em curto prazo e pediu uma revisão de seus instrumentos e condições para ser mais flexível na concessão de empréstimos. Para o analista da BBC Andrew Walker, os comentários de Strauss Kahn não são um apelo explícito por ação, mas sugerem que ele ficaria "feliz" se instituições como o Banco Central Europeu reduzissem mais suas taxas de juros. Críticos dizem que o BCE tem hesitado em reduzir as taxas em contraste com outras instituições, como o Federal reserve (o banco central americano).