Esperar os rumos da crise financeira internacional para decidir sobre a compra da casa própria parece ser a opção dos consumidores brasileiros. Nem a facilidade de empréstimo têm seduzido facilmente.
Esse é o caso de Hélio Ricardo Barroso, que visitou uma feira de imóveis em Brasília para procurar o apartamento para a família de cinco pessoas. No Centro de Convenções Ulysses Guimarães, no centro da capital, estavam reunidas mais de 100 empresas entre construtoras, incorporadoras e imobiliárias.
;Minha mulher é professora da rede pública de ensino e tem acesso a uma taxa de juros diferenciada. Mas com essa crise estamos esperando para ver se a oferta de crédito diminui e, com isso, também caia o preço dos apartamentos, que estão muito caros;, afirma. Segundo ele, a taxa ofertada pela Caixa Econômica Federal (CEF) foi de 8% ao ano e o imóvel poderá ser 100% financiado.
A cautela dos consumidores como Barroso fez o volume de vendas de um grande empreendimento imobiliário em Águas Claras ; cidade distante 20 quilômetros de Brasília e com maior oferta de apartamentos e lojas no Distrito Federal ; cair 15% aproximadamente.
O gerente comercial da construtora Emarki Engenharia Jaran Fleury disse que não foi difícil conseguir financiar o empreendimento ; que terá 706 apartamentos, além de um shopping ; e que seus compradores também não têm dificuldades em obter crédito.
A explicação para a queda nas vendas, na opinião dele, pode estar no receio do consumidor. ;Eu acho que é mais medo por causa das notícias sobre a crise do que falta de crédito;, alega.
;A restrição ao crédito afetou os aventureiros, aqueles que estavam especulando. Mas as firmas sólidas, com muitos anos no mercado, têm conseguido empréstimos normalmente. Até porque, os bancos são obrigados a pegar 65% dos depósitos da poupança e disponibilizar para crédito imobiliário;, explica, se referindo aos empréstimos adquiridos pelas próprias construtoras.