Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsas européias resistem a onda de más notícias e fecham em alta

;

As Bolsas européias fecharam em alta nesta sexta-feira. Os investidores resistiram à onda de notícias ruins, tanto sobre a economia européia --como as recessões na Itália e na zona do euro como um todo-- como americana. Os ganhos de ontem nos EUA e o desempenho positivo nos mercados asiáticos inspiraram os negócios pela manhã na Europa. Ao longo do dia, mesmo com as quedas em Wall Street, os negócios mantiveram-se em alta. Os papéis dos setores bancário e petrolífero sustentaram os índices positivos. A Bolsa de Londres fechou em alta de 1,53%, ficando com 4,232.97 pontos; a Bolsa de Paris subiu 0,67% no índice CAC 40, fechando com 3.291,47 pontos; a Bolsa de Frankfurt subiu 1,31% no índice DAX, para 4.710,24 pontos; a Bolsa de Milão subiu 1,60% no índice MIBTel, ficando com 16.170 pontos; a Bolsa de Zurique teve alta de 1,65%, encerrando o dia com 5.834,75 pontos no índice Swiss Market; e a Bolsa de Amsterdã teve alta de 1% no índice AEX General, indo para 252,47 pontos. O índice FTSEurofirst 300 --que reúne ações das principais empresas européias-- fechou em alta de 1%, ficando com 860,76 pontos. Durante o dia, no entanto, o indicador chegou a 879,19 pontos. Os destaques do dia foram os papéis das petrolíferas BP, Royal Dutch Shell e Total, com ganhos entre 3,2% e 3,6%. Hoje, a Eurostat (a agência européia de estatísticas) confirmou um dado que a Comissão Européia, o órgão executivo da União Européia (UE) já havia divulgado no início deste mês: a zona do euro entrou em recessão. O PIB (Produto Interno Bruto) da região teve uma contração de 0,2% no terceiro trimestre do ano, na comparação com o segundo trimestre --quando também houve contração de 0,2% na comparação com o período imediatamente anterior. O dado ainda preliminar, divulgado nesta sexta-feira pela Eurostat (a agência européia de estatísticas), indica que a região entrou pela primeira vez em recessão, definida como uma seqüência de dois trimestres consecutivos de desempenho econômico negativo. Na Itália, o PIB teve contração de 0,9% no terceiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Como a economia italiana já havia sofrido contração de 0,4% no trimestre anterior, o país caiu em recessão, definida como dois trimestres consecutivos de desempenho negativo da economia, segundo dados da Eurostat (a agência européia de estatísticas). Nos 27 países da União Européia (UE), houve contração de 0,2% no PIB do trimestre passado. O bloco ainda não entrou em recessão, no entanto, porque não houve variação no PIB do segundo trimestre deste ano. Ontem, o governo da Alemanha informou que a economia teve uma retração de 0,5% no terceiro trimestre, em relação ao trimestre imediatamente anterior, o que colocou o país em recessão. No segundo trimestre do ano, a economia alemã já havia retrocedido 0,4%. A Alemanha se junta, assim, à Irlanda e à França. O Banco da Inglaterra (BC britânico) também estima que a economia britânica deverá cair 0,5% no terceiro trimestre, com uma nova contração no quarto. Além disso, a companhia espanhola Telefónica informou que seu lucro caiu 50,1% no último trimestre e 28,7% no acumulado de janeiro a setembro, em relação a 2007. Nos nove primeiros meses do ano, a Telefónica teve um lucro líquido de 5,596 bilhões de euros (US$ 7,11 bilhões), enquanto no último trimestre, o lucro foi de 2,003 bilhões de euros, (US$ 2,54 bilhões). Nos EUA, as vendas no varejo tiveram queda recorde, de 2,8%, no mês passado; a confiança do consumidor ficou praticamente estável neste mês (em 57,9 pontos, contra 57,6 em outubro); o Citigroup vai demitir pelo menos outras 10 mil pessoas, na tentativa de melhorar seus resultados financeiros; e a hipotecária americana Freddie Mac anunciou um prejuízo de US$ 25 bilhões referente ao terceiro trimestre deste ano --resultado que sai na mesma semana em que a Fannie anunciou um prejuízo trimestral ainda maior, de US$ 29 bilhões.